terça-feira, 27 de outubro de 2009

XÔ, DITADURAS!

Estive assistindo ao filme que conta os horrores da ditadura de IDI AMIN DADA em Uganda, África. Alçado ao poder com expressivo apoio do governo inglês, as relações entre os dois países se deterioraram e o ditador vivia cutucando o governo de sua Majestade; entre diversas provocações, auto-proclamou-se Rei da Escócia e se fez carregar em cadeira de ouro, por quatro infelizes ingleses que viviam em Uganda. Isso foi mostrado via televisão ao mundo todo, e a gente ficava olhando aquelas fanfarronadas pensando até onde a coisa ia chegar. Falastrão, impostor, cruel e sanguinário, mandava matar por qualquer motivo, tendo assassinado cerca de 300 mil ugandenses nos anos em que esteve no poder. Vivia cercado de ouro, enquanto o povo morria de bala, tortura, fome, doença, e, muito caridoso, convidava seus desafetos para banquetes no palácio, servia carnes muito bem preparadas, e depois anunciava, entre gargalhadas, que o conviva tinha comido a carne do próprio filho. Mas foi, como todos os ditadores, acabou deposto. Isto, sem contar que tomou uma traulitada da segurança israelense, que invadiu o aeroporto de Entebe e resgatou os reféns judeus de um avião que um palestino tinha desviado para lá. Morreu em 1979, no exílio, na Arábia Saudita, e hoje é lembrado só pelas crueldades e palhaçadas que fez. Idi Amin hoje é nome do gorila do Zôo de BH (porque mata todas as companheiras que lhe arrumam). De sua megalomania, nada restou. Pensando bem, o cara era mesmo um doido de pedra. Perigoso e cruel, perpetrou barbaridades inomináveis contra seus compatriotas. Jo non creo em brujas, pero que las hay, hay, e agora que veio à tona esta confusão na América Latina, orquestrada pelo governante da Venezuela, com ajuda de mais alguns candidatos a caudilho, apoiando as FARC, isso não está cheirando bem. Abramos nossos olhos, porque a coisa é séria. Eu, hein, saiam pra lá, seus urubus, apesar dos problemas que temos, queremos viver em paz!Não vou me queixar ao bispo!Nos primórdios do descobrimento, na nascente colônia brasileira, quando alguém se sentia lesado em seus direitos, procurava o bispo local e fazia suas queixas. Nasceu daí a expressão “vá se queixar ao bispo” que passou a ser usada até como deboche pelas autoridades, que, quando não podiam ou não queriam atender ao reclamante sobre o que o afligia, aplicavam-lhe tal conselho. Vocês não vão acreditar, mas nós, moradores da Rua Laurêncio, no Imbaúbas, estamos passando por um descaso que atinge as raias do absurdo! Desde o dia 6 de março, nossa rua, em quase toda sua totalidade está envolvida no maior breu, porque a rede elétrica está com problemas. Não pense que é um escurinho qualquer, o trem tá preto, literalmente, a gente tem medo de andar na rua, as crianças não podem brincar defronte às suas casas e é um sufoco esperar pelo regresso de nossos filhos quando saem... Temos medo de tropeçar, cair, quebrar a perna ou a cara ou sermos vítimas de coisa pior! Ligamos para a Cemig no dia 9 (não sei se alguém ligou antes) e nos informaram que ela tem 7 dias para resolver “o problema”. Ligamos para a Aneel, a agência reguladora do setor elétrico, com sede em Brasília, e nos informaram que é problema da Prefeitura. Aí, ligamos para o nº 156 da PMI. O atendente informou que não recebia reclamações a esse respeito, e que ligássemos para a Cemig. Ligamos para a Ouvidoria da Cemig (31) 32993838 (pagamos pela ligação) e fomos informados que problema de iluminação pública, não era problema do setor, e que procurássemos os... responsáveis pela iluminação. Cansados, desrespeitados, indignados, continuamos no escuro, apesar da carga escorchante de impostos que pagamos, inclusive a excomungada taxa de iluminação pública! Meu Deus, é preciso muita paciência, nesse país de faz-de-conta, que só sabe cobrar e dá muito pouco em troca! Será, caro leitor (leitora), que no meio de seus trecos, troços e guardados, por acaso, você teria um lampião, daqueles a querosene, para nos emprestar? Lamparina também serve, mas tem que ser pelo menos umas vinte, pois o breu é intenso, aquela escuridão de roça em noite sem luar, que não permite que se identifique quem vem chegando. Bem, depois de transitarmos de Pilatos a Herodes, sem nada resolver, alguém sugeriu que nos queixássemos ao bispo! Imaginem se vou incomodar o caríssimo dom Lara, meu dileto amigo há mais de 30 anos, com uma coisa dessas, que embora importante, não faz parte de suas atribuições - ainda mais agora na sua condição de emérito -, ou ao dom Odilon! Não, mesmo! Mas no dia da eleição, todos nós vamos ler direitinho os nomes propostos, nem que seja preciso levar velas! E nada mais digo!
(18.03.2008)

ZOOM- Semana passada aconteceu a posse da nova diretoria da APAE, com muita gente importante na solenidade. - O curso ministrado aos professores da rede municipal pelo professor Donadon-Leal, da Ufop, sobre hai-cai, está rendendo frutos e frutos. Haverá concurso para os alunos e professores e já li alguns, lindos. E a indicação do professor foi feita pelo Clesi. - No sábado passado, Mariany Mourão Andrade festejou seus 15 anos no Angel Nobre, com uma linda festa preparada pelos pais, Otacílio e Guilhermina. A turma jovem se esbaldou. Parabéns! - Um abraço para os diretores, professores e alunos das escolas municipais que o Clesi visitou esta semana, em razão da I Semana de Poesia e Literatura. Eu e Marília Lacerda, acompanhadas pelos divertidíssimos palhaços Maritaca e Mosquito, do Grupo do Céu, levamos a meninada à loucura! Foi muito bom! Mosquito e Maritaca sabem fazer o humor que a criançada gosta! - Um abraço especial para a Escola do Game, que fez um trabalho com as crianças com meu livro MARIANA CATIBIRIBANA; havia desenhos, frases e muito carinho. E alunos recitando Cecília Meireles e poemas da professora Isabel Cristina Soares. Foi emocionante! Merci. - Parabéns a Wander Luís Silva, pela sua posse na Federaminas, ao Tigre que papou o Galo e a José de Oliveira pelos 35 anos da Moradia! Um viva para a professora Maria Efigênia de Jesus, que em sua cadeira de rodas, ministra aulas na Escola Everson Magalhães, com alegria e coragem. - Papo animadíssimo sobre Poesia, Movimento Aldravista e Literatura Russa, aconteceu na casa da escritora e psiquiatra Angélica Vacarinni, na noite de 5ª-feira, no encontro em homenagem aos poetas marianenses Donadon-Leal e Gabriel Bicalho. Revi o poeta Moacir Chrisóstomo, com Maria Cione e Lucas, os professores Roberto Abdala e Micheline, Marília Siqueira, Ademar Pinto Coelho, Fabíola e Emerson, todos apreciando um bom vinho e os quitutes de Marízia Edite. Bom demais! - Uma semana de força e coragem, com orações pelos que sofrem nas mãos da guerrilha, pelos que sofrem todo tipo de violência e desrespeito; um beijo para a amada pioneira da cultura ipatinguense, Zélia Olguin, ao som de O Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky, enternecendo nossos corações, leitura das eternas e mágicas histórias de Henriqueta e Alaíde Lisboa, costela de porco assada, com tutu e pimenta, saúde e paaz, são os meus votos.- Críticas, sugestões e eventuais elogios pelo e-mail: nenadecastro@yahoo.com.br. Au Revoir.

sábado, 24 de outubro de 2009

MUNDO, AMARGO MUNDO...

(Uma crônica de 1991)

Mundinho desgraçado este nosso... Após ouvir a notícia via TV que seu chicletes predileto fora incluído na lista de doces contaminados por drogas que estavam sendo vendidas nos colégios, meu filho Tiago, abalado, caminhando de um lado para o outro, exclamou: - Ai, não! Até o chicletes! Será que essas pessoas estão querendo acabar com o doce do mundo, mãe? E me encarou angustiado, tentando decodificar o que há por trás desse hediondo fato, tarefa nada fácil para quem tem apenas 10 anos...Um nó se formou em minha garganta e as palavras, que normalmente me saem fartas e fáceis, falharam. Fiquei ali, muda, sem conseguir dizer sequer uma frase para consolar meu filho.Mundinho nojento este nosso: fome, guerra, Aids, violência sem fim, mundo cão em que nem ao menos se pode ser criança... E aí pensei; isto está acontecendo, meu filho, porque Deus passou a ser só um detalhe, as crianças são só um detalhe, assim como os aposentados, os sem-casa, os “descamisados”. Essas crianças soltas pelas ruas eram um mero e aborrecido detalhe para nossos políticos e deu no que deu, e hoje um tênis vale mais que uma vida humana.Mundinho nojento esse nosso, no qual as mulheres são agredidas na rua e têm seus cabelos cortados a navalha, e ontem vi uma menininha de 6 anos irromper em choro convulsivo, porque passou um menino e olhou para dentro do estabelecimento onde estávamos, e a pobrezinha ficou transida de medo, segurando o cabelo, com medo da agressão.Mundinho cruel este nosso, de pessoas com mãos assassinas que perfuram doces e injetam cocaína, numa crueldade sem fim.Perdão leitores. Nesta crônica de hoje eu podia falar de tanta coisa amena, da beleza verde de Ipatinga, falar de amor, de coisas profundas e sentimentos belos. Mas estas coisas estão ficando soterradas sob um mar de violência e amarga crueldade.E infelizmente, meu filho está certo, estão querendo acabar com o doce do mundo.Que está desgraçado, nojento, sujo, cruel.E muito, muito amargo...ZOOM- Como podem ver, infelizmente, de 91 para cá, a coisa só piorou. Deus nos ajude! Um abraço para Vanilson Cândido e Bete, nesta terça. - Agradeço a todos os amigos que nos prestigiaram por ocasião da formatura da minha filhota Lara. - Quem me visitou nesta semana foi meu sobrinho Carlos Magno da Silva. O rapaz fez especialização na França e é competentíssimo em sua área, o cérebro. - Teve início ontem a Primeira Semana da Poesia e da Literatura Infantil de Ipatinga, numa parceria das Secretarias de Cultura, Educação e Clesi. - Uma semana esplendorosa, apesar de tudo, com leitura de Salmos, versos de Cecília Meireles, música de João Gilberto, bolo com doce de maracujá, alegria e paaz, são os meus votos. - Críticas, sugestões e eventuais elogios pelo e-mail: nenadecastro@yahoo.com.br. Au Revoir.

FIM DE RELACIONAMENTO

Bom dia, coisa nenhuma! Bom dia é o escambau! Como é que você se atreve a me dirigir esse olhar súplice? Faz as coisas e depois vem com cara de cachorro, querendo carinho. Não vou dar carinho coisa nenhuma, pensa que já esqueci? Você faz e acontece, sai sem avisar, fica fora a noite toda, já chegou a ficar na esbórnia, dois dias e duas noites, de outra feita, uma semana inteira, e eu esperando, esperando, percorrendo as ruas a pé ou de carro, temendo te encontrar e fazer uma “cena de sangue num bar da Avenida São João”, ou melhor, Paladium. Afinal voltou sujo, desgrenhado, e eu acudi, dei comida, tratei com carinho,desvelo,oh, eu odeio este meu lado de “Amélia!” Enquanto estava sumido, perguntei a todos, inclusive ao carteiro que chamou no portão de casa, foi um frenesi, “pois quando o carteiro chegou, e o seu nome gritou, com uma carta na mão, ante surpresa tão rude, não sei como pude, chegar ao portão.” Não, não esperava que a carta fosse sua, você não tem o hábito de escrever , não liga mais para mim, acho que está “tudo acabado entre nós, hoje não há mais nada.” Não meu caro, não vou chamá-lo de nenê, como você adora, não chegue perto, não respondo por mim, estou avisando, vou fazer uma loucura!
Já agüentei demais, estou triste, lembro-me de quando o conheci, foi só um olhar e pronto, paixão fulminante, trouxe-o em casa para apresentar à família, beijinhos, abraços, cuidados, sorrisos, mas como todo homem, você já se esqueceu, tudo era mentira, onde foram parar as juras de amor eterno? O ciúme, o monstro dos olhos verdes, me corrói, “oh, como sou infeliz”. Por sua causa “briguei com todo mundo” lá em casa, por sua causa já passei ridículo, agora chega! “Por favor, pare agora”, senão vai acontecer uma tragédia! Você não pensa em mim, o que é que todo mundo vai dizer? Já não basta tudo de ruim que acontece pelo mundo afora? Crianças morrendo, “ de susto, de bala ou vício” e de fome, enquanto você tem do bom e do melhor nesta casa. Sempre me avisaram sobre sua raça, mas eu não quis ouvir, estava alucinada de paixão e na minha idade, “ o amor é uma grande laço.”
Recordo com ódio, de uma das vezes em que você voltou e ficou deitado uma semana, olhando para o nada, sorrindo, pensando NELA e “eu não quero mais nada, só vingança, vingança, vingança...”
Ingrato, quando esteve doente, cuidei de você, ficava à sua cabeceira, lhe dei alimentação
especial, e agora, me faz mais essa!
Estou á beira da loucura, há “um grito parado no ar”, enquanto você debocha e canta: “menino, eu sou é homem, menino eu sou é homem, e como sou! Arre!
Porém, o abismo final foi quando a mãe da mocinha veio aqui em casa, me contar tudo! Eu enlouqueci, não podia ser! Você não pensou em mim, na quantidade de crianças que já existem por aí, abandonadas, encarceradas, doentes, sem médico, sem remédio?
Insensato, lembrasse ao menos dos três filhos que temos em casa, já que não parece ligar para nada! Quer ser conhecido como o garanhão do Imbaúbas, nessa idade? Quer dizer que arranjou filhos por aí? E fez isso aqui no bairro, pra me matar de vergonha?
Não vou suportar, como vai cuidar deles? E se um deles for grande como o Tiago e comer daquele jeito, como vai ser? Sabe, é melhor ficar com ela, rapaz, hoje em dia não é como antigamente, que o sujeito fazia filhos e largava por aí; ainda que timidamente, as coisas estão mudando. Hoje há certo cuidado com as crianças, há o ECA, o Conselho Tutelar, eu mesma, quando atuava como Defensora Pública Municipal, ajuizei dezenas de Investigações de Paternidade, com sucesso, e ajudei a dar sobrenome, alimentos e assistência médica a muitas crianças! Ouça, aos poucos este país descobre, que, se continuar a ignorar e matar seus filhos, vai acabar dando com os burros nágua!
Só que, meu caro, se tiver que enfrentar a Justiça, não conte comigo para a sua defesa,”toma que o filho é seu!”
Não, não vou mais chamá-lo de nenê, nem faço cafuné, fim, finito, ces’t fini, zé fini, pois “nada será como antes, amanhã.”
Perdão, leitores, mas eu precisava desabafar! Ele não me ouviu e engravidou uma mocinha de família!
Pensando bem , fazer o quê! Anuncio orgulhosamente, que meu cachorrinho Kid é papai de uma ninhada ali na Rua Potássio. E vocês pensando bobagens a respeito do meu companheiro, hein?
Cabeças sujas!



Esta crônica foi a forma que usei, a fim de, mais uma vez, chamar a atenção para s necessidades infindas das crianças desse “meu Brasil brasileiro” Nela, há trechos de músicas contadas por Maria Bethânia, Ataulfo Alves, Isaurinha Garcia, Dalva de Oliveira, Linda Batista, Wanderléa, Caetano, Djavan, Ney Matogrosso, Ari Barroso, Milton NasciMento e até Kelly Key, que ouvi de uma adolescente na semana passada e achei engraçada. Além disso,, citei Gianfrancesco Guarnieri, eu “Um Grito Parado no Ar. Se não gostou da brincadeira, pode me puxar a orelha. Au Revoir

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MAS NÃO É QUE...?

O jornalista Roberto Pompeu de Toledo, da Revista VEJA, escreveu em 27 de fevereiro último que:“Barack Obama é inspirado orador, tem idéias arejadas, ostenta bom currículo, etc., mas o melhor que tem a oferecer aos EUA e ao mundo, é mesmo sua pele escura. Um presidente com voz fina de mulher e batom nos lábios também seria bom, mas um de pele escura é muito mais espetacular, para o efeito de chacoalhar os pressupostos e o gosto reinantes. Quando Obama estender a mão para outro chefe de estado, é a sua mão preta que estenderá e não se trata do presidente de um país africano, mas o da maior potência do mundo. Uma das atitudes racistas mais canalhas é a do branco que, numa disputa com o negro, aponta no próprio braço a cor da pele, para dizer como sua cor é superior à do outro. Um jogador de futebol fez isso, não faz muito, numa partida no Rio Grande do Sul. Essa pessoa que se sente tão superior porque tem a mão branca terá de aprender a viver num mundo (desconcertante, para ela) em que uma mão preta é que assina as ordens que farão a diferença entre a paz e a guerra, o progresso e a crise, ao redor do planeta, além de ter ao seu alcance os botões nucleares. A cara preta de Obama é que aparecerá todo dia nos vídeos do mundo inteiro. O cabelo duro de Obama e os lábios grossos de Obama é que dominarão a cena. A figura negra de Michelle, a mulher de Obama, é que estará ao seu lado, nas recepções na Casa Branca e nas visitas a outros países.Isso fará uma enorme diferença no mundo. Fará uma enorme diferença no Brasil.”Pois é, meus leitores e leitoras, isso tudo poderá ocorrer, caso não detonem, literalmente, o negro Barack, que tem a audácia de pretender ser o presidente dos EUA. O que vocês acham?ENLEVO...Dentro de mim, mistério infindo, se formou uma vida. Dentro de mim, poderosa, como a mãe-terra, parte cósmica do Planeta, a ínfima semente se formou, em segredo ancestral, divino, belo... Dentro de mim, no útero vermelho e dourado, cama macia, ela se aninhou, novel sementinha em espera pela primavera... Desenvolveu-se no andar dos dias, contando o tempo, cantando as músicas de que sabem os anjos, as fontezinhas nos montes, as aves nos ares, as ondas sob o céu... Não sei quais estrelas se cruzaram no firmamento, mas sei que Vésper reluzia, enviando, através do espaço, camadas douradas sobre a Terra, que ela, aninhada dentro de mim, não via, só percebia... Durante meses, respiramos o mesmo ar, nossos corações pareciam só um, batendo em cadência doce; em segredo, falávamos silenciosamente das tardes quentes, do raio de sol, da flor de inverno, do zumbir afetuoso das abelhas na primavera, nos mistérios da criação divina... Guardei-a comigo durante meses, naquela união de formas que se entrelaçam, para se aquecerem, deixando o amor ser a medida de todas as coisas. Nasceu, linda, perfeita, cabelinho fino e encaracolado, mas eu a amaria do mesmo jeito se assim não fosse, porque é parte de mim, e o todo de mãe só se completa pelo amor sem barreiras. Eu lhe escolhi o nome de Lara. O pai foi contra; “Lara, no Brasil, é sobrenome”. Expliquei que homenageava a heroína de Boris Pasternak, eternizada no filme Dr. Jivago, com Omar Sharif e Julie Christie, cuja música embalou toda uma geração. Para evitar discussões maiores, registrei-a como Larissa Lara. O que pode parecer estranho, mas resolveu a questão. E chamada de Lara, corajosa como a personagem que lhe deu o nome, a menininha cresceu e foi para a escolinha. Tão linda, parece-me ainda vê-la, sainha e tênis vermelhos, blusa e meia branca, segurando a merendeira, e a preciosa pastinha com papéis... Minha menininha cresceu mais ainda, tornou-se adulta e recebe seu diploma de Nutricionista no Unileste-MG, nesta quinta-feira. Como toda mãe, vou chorar de emoção. Afinal, é minha branquinha que se forma, o “último ovo que urubu botou”, como dizem na roça, em eterna troça com os caçulas, a “rapa do tacho”, o meu bebê que, de menina, transformou-se em uma linda jovem... Compartilho com meus leitores e leitoras, a nossa alegria. E na sua formatura, filha querida, eu lhe desejo o que desejo a todos os jovens: faça deste mundo o lugar melhor que lutamos por fazer, e não conseguimos. Espalhe o amor que lhe demos. E, seja muito, muito, feliz!ZOOM- Um abraço para meu amigo Genoves Bessa Pereira, que me prestigia, lendo estas mal-traçadas linhas toda semana. - Sei não, mas creio que há uma ou diversas queixadas de burro enterradas nos Balcãs. Eta lugar para dar encrenca! Pegue os livros de História e confira! - Caro Paulo Nascimento, obrigada pelo que me disse en passant outro dia, sobre continuar a escrever coisas bonitas para alegrar as pessoas. Merci. - Os preparativos para as comemorações do Centenário da Imigração Japonesa prosseguem a todo vapor. Participei de uma reunião na semana passada, com representantes da Usiminas, da Cenibra, o secretário de Cultura, José Osmir de Castro, o chefe do Departamento Cultural, Ewerton Campos, a secretária de Educação Marcia Perozzini, Marília Lacerda, pelo Clesi, as representantes da Tikufukai, coordenadores de escolas municipais; fiquei entusiasmada com o que se prepara para honrar nossos irmãos japoneses, tão caros para a comunidade ipatinguense. - Uma semana abençoada, com gosto de costela com ora-pro-nóbis, com angu e pimenta, mousse de limão como sobremesa, música de Bob Dylan e Djavan, contos de Lauro Trevisan, amor e paz, são os meus votos. Críticas, sugestões e eventuais elogios, pelo e-mail nenadecastro@yahoo.com.br Au Revoir.

NO CARIBE SOPRAM OS VENTOS...

26/02/2008 -
Essa semana que passou foi pródiga em notícias sobre a renúncia de Fidel Castro. Quem diria, o líder da revolução cubana, o homem que tirou o sono dos americanos por mais de quatro décadas, sai pacificamente do cenário político cubano e mundial, após tantos anos de mão forte governando a ilha, não obstante os mais de trezentos atentados de que escapou, incólume! Para onde Cuba caminhará agora, eu não sei. Os fatos se sucederão no balanço dos dias, que caminham sempre, sempre, na sucessão de horas que marcam, segundo a segundo, a fragilidade da nossa caminhada sobre a Terra. E o fato é, quer queiram ou não os líderes mundiais, Fidel foi a encarnação do último mito do libertador da América, na eterna luta contra a supremacia norte-americana sobre os vizinhos do sul do continente. Hoje existem uns arremedos grotescos - vide Evo Morales e o impagável Coronel Chávez -, candidatos a ficar na História mais pelas bravatas e devaneios histriônicos do que por feitos memoráveis... Na época da chamada guerra fria, Cuba foi rotulada como estopim do mundo, aqueles mísseis soviéticos por lá, tiraram o sono de muito governante americano, a invasão desastrada da Baía dos Porcos foi um vexame para os gringos... Durante a execranda ditadura brasileira, era perigoso até pensar na ilha do Caribe, que tencionava exportar revolução marxista e, portanto, era o demônio que a direita precisava exorcizar... Inclusive provoca riso até hoje o caso de um escritor famoso que foi preso e duramente interrogado, por ter escrito um artigo sobre o Cubismo. Seu interrogador desconhecia os movimentos artísticos do mundo e não havia jeito de fazê-lo entender que esse Cubismo não era uma alusão a Cuba. O episódio é contado por Frei Betto em um dos livros em que narra a sua saga nos porões da Ditadura... Bom, o que acontecerá aos cubanos agora eu não sei, ninguém sabe, mas de uma coisa eu tenho certeza: torço pelo povo cubano, que é muito amável e demonstra um carinho imenso pelos brasileiros. Fui a um Congresso de Professores em Havana, em janeiro de 1993, e foi uma experiência enriquecedora tanto na área educacional, quanto na de conhecimento humano. Andar pelas ruas de La Habana, como os cubanos chamam sua capital, passear pelo Malecón, que é a avenida à beira-mar, de onde se avista a eterna luta das ondas contra a mureta, visitar o museu da Revolução, ir à praia de Varadero, e contemplar as águas verde-jade do Caribe, são coisas inesquecíveis! Descobrir que andar pelas ruas de La Habana é como andar em qualquer rua de cidade brasileira, encontrando negros, brancos, mulatos, naquela farra oriunda da miscigenação e integração social, foi uma alegria! Visitar a Cidade Vieja, parte antiga da cidade, cujos casarões lembram os de Salvador, tomar um mojito, bebida feita com rum, açúcar, água, limão e hortelã, (pronuncia-se morrito) na Bodeguita del Médio e ter a audácia de deixar a assinatura na parede que Hemingway e centenas de pessoas, famosas ou não, assinaram, foi emocionante. Tomar um sorvete na Sorveteria Coppelia, famosa no mundo inteiro, foi delicioso. Encontrar pelas ruas um cubano negro que falava português porque havia lutado em Angola, foi fascinante; verificar que o hotel Vedado, onde estávamos hospedadas, tinha sofrido um atentado por parte dos guerrilheiros castristas por ser sede da revista americana Seleções do Reader’s Digest, deu arrepios. Visitar a Marina Hemingway e assistir a um show de variedades, com música, dança e uma representação de orixás e rir à beça da baiana Daysi, que afirmou que os orixás da Bahia eram superiores, foi divertido. Ouvir do vice-ministro da Educação cubana que a América se dividia em 90% de pessoas que não dormiam, por fome, no Sul, e 10% ao Norte, que não dormiam por medo do percentual famélico, foi instigante. Passar perto do local aonde crianças brasileiras, contaminadas no acidente do Césio 137, em Goiânia, e as de Chernobyl, recebem tratamento, foi um instante terno. Visitar a Casa de Las Américas, que realiza um Concurso de Contos famoso no mundo inteiro e assistir uma palestra sobre as ditaduras da direita na América Latina, e seus malefícios, em especial no Paraguai, foi esclarecedor. Participar dos debates do Congresso Educacional e verificar os desafios vencidos pelos cubanos, foi envolvente. Conviver durante uma quinzena, com centenas de professores de todos os países da América do Sul, Espanha e México e ouvir suas experiências, foi especial; oferecer a alguns, o livreto OPUS com poesias de professores da Rede Municipal, (editado a partir de uma sugestão minha) foi prazeroso. Visitar um Centro de Educação que as crianças cubanas freqüentam após as aulas e onde fazem uma oficina de cada profissão que existe, para descobrir suas reais aptidões, ver funcionar a oficina de fabricação de vidro, de conservas e de telefonia, foi profundo; achar no local o livro de visitas assinado por personalidades do mundo inteiro, como Ho Chi Min (Vietnã do Norte) e Patrice Lumumba (Congo), entre outros, e deixar uma mensagem, encorajando os cubanos, assinando meu nome e deixando o nome de Ipatinga, do estado e do meu país, foi um atrevimento. Conhecer um cirurgião chamado Dr. Eugênio, que lutou com Guevara, foi o máximo; ver Fidel duas vezes, no início do Congresso, e no decorrer deste, falando mansamente a princípio, e emocionando-se ao mencionar o embargo americano, foi muito bonito. No moderníssimo teatro Karl Marx (que eles chamam de Car-los Mar-ques, assim arrastado), na noite do encerramento, no escuro, ouvir uma moça, sentada num banquinho, só com um foco de luz, tocando violão e cantando Coração de Estudante em espanhol, deu um aperto neste velho coração emocionado. E muitas outras coisas vi e presenciei, que me deixam na torcida, não por governo esquerdista ou de direita, mas pelo povo, pelos nossos irmãos, que merecem viver dias de fartura, alegria e paz. Pois é, no Caribe sopram os ventos! Que sejam ventos favoráveis aos cubanos...ZOOM- Ter toda a bagagem furtada do carro do meu sobrinho Clênio, que foi me apanhar no aeroporto em São Paulo, quando voltei de Cuba, me lançou de novo na dura realidade da insegurança de nosso país! Mas sobrou uma camiseta, que guardo com carinho, e umas lembrancinhas que uma garotinha da oficina de fabricação de vidro me deu, e estavam na pochete, na cintura! Ainda bem que ainda não inventaram um jeito de roubar lembranças! Ou será que eu é que não estou sabendo? Contudo, a viagem valeu a pena, se valeu! Um abraço para o sr. Vicente de Paula Lima, que toda semana lê minhas crônicas. - Sabem quem completou oitenta e nove aninhos ontem? Ela mesma, dona Inês Margarida Vieira, que vem a ser a senhora minha mãe! Lúcida e forte para a idade, graças a Deus! Passamos o domingo todo com ela comemorando a bênção! Parabéns, mãezinha querida! - Palmas para a grande Marízia Edite, que comemorou seu aniversário com uma big festança! Felicidades, amiga! - Leiam o ensaio de Roberto Pompeu Toledo sobre o significado da possível eleição de Barack Obama, na Veja desta semana. - Um dia cheio de bons negócios e bom trabalho para todos, muita cor, músicas do CD novo de Maria Rita, feijão tropeiro com couve e lombo assado, doce de figo em compota, crônicas de Rubem Alves, alegria e paaz, são os meus votos. - Críticas, sugestões e eventuais elogios, pelo e-mail nenadecastro@yahoo.com.br Au Revoir.

MAMÃE, EU QUERO!

19/02/2008 -
(Da série: cartas familiares) Querida mamãe, a sua bênção.Como vão as coisas por aí? Eu lá vou indo naquela vidinha de sempre, pagando impostos, imposições, o pato e o diabo-a-quatro, de IMPOSTO DE RENDA, IPTU, IPVA, IPTBESTA, IPT-ANTA...Talvez a senhora tenha ficado um pouquinho preocupada com o título, mas pode ficar sossegadinha, eu não quero mamar no peito, afinal sou caçula, mas sou quase sexagenária e fica meio feio continuar no colo da mamãe, sugando leitinho. Mas a mamadeira eu continuo tomando, sabe como é, a gente precisa ficar fortinha pra agüentar essa vida. Se bem né, que anos atrás, uma jovem grega se casou com um rico empresário e este insistiu em levar a genitora na lua-de-mel. Todo dia ele dava um jeitinho, a esposa saía para compras, caminhadas, e ele ficava, a pretexto de negócios, até que um dia ela voltou antes do previsto e achou o maridão com a boca na botija, isto é no seio de mamãe!... Apesar do pobre rapaz ter explicado que era um vício do qual não conseguira se livrar e prometer que ia fazer análise, a moça pediu a anulação do casamento. Que falta de compreensão, era só procurar um discípulo do doutor Fróid! Não, mãe, eu não inventei isso, saiu em todos os jornais e revistas sérias da época; por mais que eu tenha a cabeça cheia de minhocas, não daria pra inventar uma coisa escabrosa dessa, não! Falando em bas fond, (ou bafão), minha querida mãezinha, acho que o problema de muitos políticos por aí, é que não mamaram o suficiente na infância, tadinhos, e na carência, qualquer teta serve, aí acharam a teta da coisa pública e mamam à vontade, e não largam mesmo, nem que a vaca tussa ou morra de febre amarela. Mãe, a senhora já pagou seus impostos? Paga tudo direitinho, senão dá cadeia, o negócio é pagar e se esforçar pra não chorar muito. Fazer o quê? É sempre assim, nós, brasileiros, entramos com o imposto e eles entram com a gastança; nós entramos com o traseiro e eles entram com o pé e ainda pedimos desculpas por estarmos de costas!Coitada da Ministra, né, mãe, ela não teve culpa de nada, aqueles assessores dela é que não explicaram direito para que servia o cartão, vai ver ela nem queria comprar nada, só mesmo umas roupinhas pras crianças, uns iogurtezinhos, uns sabonetes, sombrinha nova, só coisinhas básicas. Que culpa ela tem se a conta deu mais de 147 mil reais? Vai ver, eram comerciantes desonestos, que fraudaram as notas fiscais; quem sabe a pobrezinha é igual a mim, sua filha: sempre tive dificuldade em Matemática, e por isto sobra mês no meu salário, creio que é por causa dos três quilos de costela de boi e um quilo de farinha-de-pau que compro todo mês... Credo, todo mundo fica falando mal dela, acho que é porque ela tem aquele cabelo esquisito, eu sei o que é sofrer com cabelão, fica uma implicância das elites com o bleque pauer da gente, que é uma doidura; eita, isso é perseguição, pois já falei, a Ministra foi vítima de engano! Também outros políticos e funcionários do alto escalão se enganaram em Brasília e em outros rincões, e fica essa briga por causa de uns milhõezinhos à toa! Mas mãe, eu, que sempre lhe disse que ainda ia descobrir o que queria da vida, agora, quase sexagenária, finalmente consegui chegar a uma conclusão: tudo que eu quero mesmo, é um CARTÃO CORPORATIVO! Ê lasquêra, mãe, a senhora já pensou na beleza que vai ser, vou poder comprar uns dez quilos de costela de boi, uns vinte quilos de carne-seca, umas trinta rapadurinhas e amendoim pro pé-de-moleque, uns cinquenta queijim, dois vidrim de biotônico fontoura, uma alpargata azul, um pinico novinho, uma bicicleta de 2ª mão, uma dentadura nova e um par de botina 47 pro meu filho Tiago, que tem pezão! Vixe, que belezura, vou também pintar a casa de verde-amarelo, vai ficar bonito demais! Pois é mãe, só que tem uma coisa, eu queria priguntá pra senhora se não houve um engano nas coisas que me ensinou; sabe, a senhora sempre falou com a gente que não se deve furtar, nem ser desonesto, nem mentir, mas parece que algumas mães lá de Brasília e de alguns outros lugares por esse Brasil, esqueceram de falar isso com os filhos. Até fico pensando, com todo respeito, se a senhora não se enganou, não, não fique nervosa, não quero apanhar com o relho, arre, tudo que a senhora ensinou tá certo, sim! Mãe, ainda bem que a senhora não foi processada, eu aprendi a ler em casa, que perigo, um casal de Timóteo está educando os filhos por conta própria e deu um cafuçu danado, quase que dá cadeia, mesmo as crianças tendo sido aprovadas num vestibular de Direito, que coisa, hein mãe? Bom, as coisas continuam do mesmo jeito, assaltos, violência, buraco nas estradas, escândalos e escândalos, o presidente voa em seu avião e nós voamos junto com nossas contas, roubaram uns trecos secretos da Petrobás, quem manda não ter segurança, o patropi não toma tenência, mãe. Mãe, paro por aqui, porque o meu editor falou que vai me defenestrar, eu sou uma senhora honesta e não admito que façam indecências comigo, não. Por isso mesmo, esclareço que farinha-de-pau é farinha de mandioca, há muita gente maldosa por aí... Como estou esperando há mais de meio século pelo repartir do bolo, como dizem certos políticos, cheguei à conclusão de que quero a minha parte já, e em cartão corporativo. Já escrevi pro presidente solicitando o meu, que deve chegar em breve. Aguardo a senhora pra gente fazer paçoca de carne-seca socada no pilão. Um beijo respeitoso da sua filha caçula,NenaZOOM- Atenção, pessoal, a expressão lá vou é usada pelas pessoas simples. Dá um cacófato e é aconselhável tirar o lá, certo? Freud se grafa desta maneira. Ouvi a expressão doidura, de um senhor conversando com outra pessoa, ali na Valentim Pascoal, na descida do morro da delegacia, quando passava. Achei ótima! A palavra priguntá e a terminação em queijim, é fala de mineiro O correto é perguntar e o uso do sufixo inho. A ressalva é para os estudantes que estão lendo meus textos. - Para a nova geração, explico que relho é um trançado de couro que se usava como cabresto de cavalos, mas que servia também para nossos pais nos ensinarem boas-maneiras. Na roça se dizia rei e a gente deixava de fazer muita besteira com medo de ter de encarar “sua majestade”. - Um abraço para Osmar Pinheiro de Araújo, Enoc Pereira Rocha, Marcos Ladeira e Eliete e para a escritora Zarife Selim de Salles, nesta terça, pedindo a Deus que a conforte. - Vou te contar, o nível das músicas tocadas durante o casamento do advogado Geraldo Magela Silva e Juliana, ocorrido sábado passado, foi tudo de bom. Basta dizer que os músicos vieram especialmente de Belo Horizonte e todos foram guarda-mirins e alunos do grande maestro Oswaldo Machado de Oliveira. - Que lindo e-mail me enviou o advogado José Feliciano Neto! Merci - Eu e Marília Siqueira Lacerda estivemos na Escola Criativa da Vila, que desenvolve um grande projeto literário. Um abraço para as tias Lígia, Liége e Leila, e lógico, para todas as professoras e os alunos. Um dia cheio de azul, mesmo que você seja atleticano, com gosto de bolo de cenoura com calda de chocolate, suco de carambola, os contos maravilhosos de Ana Maria Machado, música de Marisa Monte, amor e paz, são os meus votos. Críticas, sugestões e eventuais elogios, pelo e-mail nenadecastro@yahoo.com.br Au Revoir.

AH, ME PERMITAM...

07/02/2008 - Gente, que gracinha, a crônica do Rubem Braga que eu pedi outro dia, chegou. E chegou depressa, pelos cuidados do afilhado e editor, João Senna, que mal recebeu meu trabalho, localizou-a e me deu o presente! Também a recebi de um outro leitor, José Francisco Campos, que tendo estudado o texto na sua época de ginásio, fez a gentileza... E, além disso, veio um e-mail de uma senhora professora de Português, agora aposentada, que recentemente doou todos os seus livros e lamentava não poder ajudar. Coisa mais linda a solidariedade de meus leitores e leitoras! Fiquei tão entusiasmada que estou pensando em pedir também a quem lê estas mal-traçadas linhas, uns 10 quilos de costelinha de porco, uma bacia de queijo (que nem na piada do mineiro e o gênio da lâmpada) umas mudas de couve-manteiga e, quem sabe, um carro novo, o que acham?Falando sério, eu reli a crônica e percebi que vai muito além do que eu lembrava, é um exercício belíssimo de construção de texto, de domínio da “Última Flor do Lácio”, com destaque para a ironia e tristeza ante os fatos da existência. Por tal maestria com as palavras, Rubem Braga foi chamado o “príncipe” dos cronistas brasileiros. Talvez, pelo assunto, você nem ache bonita; contudo, o autor tem crônicas lindíssimas sobre mulheres, sobre o amor, sobre o Rio de Janeiro, sobre a natureza, sobre fatos engraçados do cotidiano...Mas permitam-me meus caros leitores e leitoras, degustar este texto com a lembrança de uma sala de aula com 32 normalistas, de sapatos pretos e meias brancas, saia de pregas azul marinho e alças em “v”, blusa branca, cabeça cheia de sonhos, numa manhã morna e doce, no Instituto Imaculada Conceição, em Valadares, ouvindo a leitura feita pela professora de Português e sonhando os sonhos dourados da juventude da década de 60...Amor e outros males (Rubem Braga)Uma delicada leitora me escreve: não gostou de uma crônica minha de outro dia, sobre dois amantes que se mataram. Pouca gente ou ninguém gostou dessa crônica; paciência. Mas o que a leitora estranha é que o cronista “qualifique o amor, o principal sentimento da humanidade, de coisa tão incômoda”. E diz mais: “Não é possível que o senhor não ame, e que, amando, julgue um sentimento de tal grandeza incômodo”. Não, minha senhora, não amo ninguém: o coração está velho e cansado. Mas a lembrança que tenho de meu último amor, anos atrás, foi exatamente isso que me inspirou esse vulgar adjetivo – “incômodo”. Na época eu usaria talvez adjetivo mais bonito, pois o amor, ainda que infeliz, era grande; mas é uma das tristes coisas desta vida sentir que um grande amor pode deixar apenas uma lembrança mesquinha; daquele ficou apenas esse adjetivo, que a aborreceu. Não sei se vale a pena lhe contar que a minha amada era linda; não; não a descreverei, porque só de revê-la em pensamento alguma coisa dói dentro de mim. Era linda, inteligente, pura e sensível – e não me tinha, nem de longe, amor algum; apenas uma leve amizade, igual a muitas outras e inferior a várias. A história acaba aqui; é, como vê, uma história terrivelmente sem graça, e que eu poderia ter contado em uma só frase. Mas o pior é que não foi curta. Durou, doeu e – perdoe, minha delicada leitora – incomodou. Eu andava pela rua e sua lembrança era alguma coisa encostada em minha cara, travesseiro no ar; era um terceiro braço que me faltava, e doía um pouco; era uma gravata que me enforcava devagar, suspensa de uma nuvem. A senhora acharia exagerado se eu lhe dissesse que aquele amor era uma cruz que eu carregava o dia inteiro e à qual eu dormia pregado; então serei mais modesto e mais prosaico dizendo que era como um mau jeito no pescoço que de vez em quando doía como bursite. Eu já tive um mês de bursite, minha senhora; dói de se dar guinchos, de se ter vontade de saltar pela janela. Pois que venha outra bursite, mas não volte nunca um amor como aquele. Bursite é uma dor burra,que dói, dói, mesmo, e vai doendo; a dor do amor tem de repente uma doçura, um instante de sonho que mesmo sabendo que não se tem esperança alguma a gente fica sonhando, como um menino bobo que vai andando distraído e de repente dá uma topada numa pedra. E a angústia lenta de quem parece que está morrendo afogado no ar, e o humilde sentimento de ridículo e de impotência, e o desânimo que às vezes invade o corpo e a alma, e a “vontade de chorar e de morrer”, de que fala o samba? Por favor, minha delicada leitora; se, pelo que escrevo, me tem alguma estima, por favor: me deseje uma boa bursite...ZOOM- A professora Lúcia Castro Alves já regressou de sua viagem aos Estados Unidos. Seja bem-vinda! - Prossegue o Big Baboseira na Rede Globo. O tal Big Brother descambou feio. Aliás, a rede Globo vem perdendo audiência dia a dia. C´est la vie... - Um abraço para todos os que lêem minha coluna. Tenho recebido muitas manifestações de carinho. Merci. - A chuva chegou com vontade. Torçamos para que os danos à população sejam mínimos. A coisa andou feia em São Paulo, Itaipava (RJ) e em diversos locais desse chão das Gerais. - Abraços para o pessoal do Bom-ré-mi-fá, no Bom Retiro, que abre espaço para os músicos da região nas noites de segunda-feira. - “Como um instrumento musical, a vida só vale a pena ser vivida enquanto o corpo for capaz de produzir música, ainda que seja a de um simples sorriso”. Palavras do escritor Rubem Alves defendendo a eutanásia voluntária, ou seja, o ato de proporcionar uma morte tranqüila a uma pessoa em estado terminal. O que você acha, leitor? Depois dos embalos e excessos no feriadão do carnaval, um restinho de semana com muita alegria celebrando a vida da forma que você prefere, sem acidentes e sem tristezas, com música conforme o seu gosto, versos de Pablo Neruda, saladinhas refrescantes, mousse de maracujá e paz, são os meus votos.- Críticas, sugestões e eventuais elogios, pelo e-mail nenadecastro@yahoo.com.br Au Revoir.

sábado, 17 de outubro de 2009

CONTOS ISRAELENSES


Domínio Público e Particular

Rabi Yisrael Salanter caminhava pela rua certo dia, pouco antes de Yom Kipur, quando encontrou outro judeu. Rabi Yisrael perguntou ao homem sobre sua saúde, e o homem começou a chorar histericamente. Depois que Rabi Yisrael o acalmou, perguntou ao homem o que o aborrecia tanto. "Rebe," disse o homem, "estou apavorado pelo meu julgamento em Yom Kipur." Percebendo que o comportamento do homem estava afetando outras pessoas na rua também, Rabi Yisrael disse-lhe: "Seu coração é um domínio privado. Dentro dele, pode chorar tanto quanto quiser. Por outro lado, seu rosto é de domínio público, e você não tem o direito de incomodar os outros com seus problemas pessoais." Fonte: http://www.chabad.org.br

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Home > Cultura > Contos > Pecado e Arrependimento

Pecado e Arrependimento Quando Rabi Yechiel, neto de Rabi Baruch de Medzibush, era uma criança pequena, perguntou ao avô: "Se Deus sabe de tudo, por que Ele chamou Adão, o primeiro homem, após o pecado e disse: ´´Onde está você?´´ Rabi Baruch ouviu, mas nada respondeu. Algum tempo depois, Rabi Baruch perguntou ao pequeno Yechiel: "Quer brincar de esconde-esconde?" O menino ficou encantado e correu para esconder-se. Esperou e esperou, mas nada do avô aparecer para procurá-lo. Finalmente, desistiu e saiu do esconderijo. O avô, percebeu ele, estava sentado à sua mesa e não tinha ainda tentado procurá-lo. O pequeno Yechiel começou a chorar. "Vovô, esqueceu de mim! Nem ao menos tentou procurar-me!" chorou ele. "Isto," disse Rabi Baruch, "é a resposta à sua pergunta. É claro que Deus sabia onde Adão estava. Adão, entretanto, cometera dois pecados: comer o fruto da árvore e tentar se esconder do Senhor do Universo. Se Deus não tivesse ido ´´procurar´´ Adão, este não teria conseguido sobreviver, por causa de sua vergonha. Ao ´´procurar´´ por Adão, Hashem deu-lhe a oportunidade de fazer contato com Ele novamente, para que pudesse uma vez mais ficar face a face com seu Criador." Fonte: http://www.chabad.org.br

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Sábado, 17 de Outubro de 2009



A Criação de Adão Quando Deus quis criar o homem, consultou o Ministério Celestial com antecedência e disse: ``Faremos o homem à nossa imagem``. E os anjos perguntaram: ``Para que criar o homem, e qual o seu objetivo?`` ``Ele fará justiça`` - respondeu o Senhor. E os anjos estavam divididos em grupos. Alguns diziam: ``Não criemos o homem``. Mas outros diziam: ``Criemo-lo.`` A Piedade disse: ``Criemos o homem, pois ele será generoso e benevolente.`` A Paz objetou: ``Não criemos o homem, pois ele constantemente se envolverá em guerras.`` A Justiça disse: ``Criemo-lo, pois ele trará justiça a este mundo.`` A Verdade disse: ``Não o criemos, pois ele será um mentiroso``. O Criador então enviou a Verdade dos Céus para a Terra, e, apesar dos protestos dos anjos, o homem foi criado. ´´Seu conhecimento´´ - disse o Criador - ´´excederá o de vocês, e amanhã verão sua sabedoria´´. O Criador reuniu então todos os tipos de animais perante os anjos e pediu para que os anjos os nomeassem, mas eles não puderam. ´´Agora vocês verão a sabedoria do homem, ´´ disse Deus, ´´Eu lhe pedirei e ele dará nomes aos animais´´. Todos os animais foram então levados à presença do homem, e quando questionado, ele imediatamente respondeu: ´´Este é o boi, aquele o burro, o outro o cavalo e o outro o camelo.´´ ´´E qual o seu próprio nome?´´ ´´Eu´´, respondeu o homem, ´´devo ser chamado de Adão, porque eu fui criado da terra (adamá)´´. Fonte: http://www.netjudaica.com.br

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Questão de Propaganda - Uma senhora de boa família veio ao Rebe Chaim de Tsanz reclamando que não tinha um centavo para comprar a comida do shabat. -Mas como não, a senhora não vende maçãs? Perguntou o Rebe. -Sim eu vendo, o problema é que ninguém compra, eles dizem que as maçãs não são boas.- respondeu a mulher. Imediatamente o Rebe vestiu seu paletó, seu chapéu e foi a barraca de maçãs, pegou uma maçã na mão e disse: - Quem quer maçãs, maçãs da melhor qualidade, venha comprar aqui! Em poucos minutos uma pequena multidão se formou à frente da barraca, todos querendo comprar maçãs. Você vê - disse o rebe - as maçãs eram boas. Era só uma questão de propaganda! Muitas vezes podemos ajudar alguém ou algo de maneira simples, cada um deve aproveitar de suas qualidades e utilizá-las para o seu bem e o da sociedade. Fonte: http://www.netjudaica.com.br
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QUE VENHAM OS CHOQUES!

09/10/2007 - Eu pintei e bordei na última 4ª feira: desobedeci meu médico Evander Grossi e tirei o tênis com calcanheira. Coloquei sandália, arrepiei o cabelo como gosto, me vesti de luz e alegria e fui. Até me fotografaram em pose inconveniente. (Calma gente, nada de pensar mal, sou uma velhinha de respeito e cheia de pundonodor, seja lá o que isso significa, cadê o Aurélio?) O inconveniente aqui refere-se à minha coluna, que anda toda bichada, eu não resisti e sentei no chão, (é, eu consegui!) de uma forma não apropriada para quem está passando por tantas dores. Minhas fisioterapeutas, doutoras Aldilene e Renata Christina Batatinha, vão me matar de choques e sopapos que chamam de massagem e alongamento, mas valeu a pena! Acordei na 6ª feira toda dolorida, os braços com tendinite doíam demais, os pés com esporão reclamavam, a coluna, bem, eu já falei, mas eu acordei feliz! Tive a alegria de perceber que os amigos que tenho são o máximo e gostam mesmo de mim. Após um dia extenuante de trabalho, saíram de casa e se sujeitaram a esperar até uma hora na fila, no dia do lançamento de MARIANA CATIBIRIBANA, para me dar um abraço! Não tenho como citar todos os nomes, por medo de esquecer algum, mas que amigos porretas são os meus, graças a Deus!Mamãe veio, no esplendor de seus 88 anos, lúcida e linda; assim como minha irmã, a socióloga Marlene Magela, toda bonita de blusa azul, que, em sua cadeira de rodas, observou todo o calor humano e luz que havia ao meu redor. Meu irmão, o pastor José Vieira, veio com Zilá, Jaimes e Sarinha. Marinês, minha sobrinha querida, aliás, minha filha, veio e fez mais de 100 fotos!O sobrinho Juliano de Castro veio pegar o livro para seu filho Arthur; meu marido, Moacir e meus filhos, Tatiana, Tiago e Larissa, claro, estavam lá, assim como minha nora Carol! Os amigos, ah, os amigos me fizeram chorar, que coisa linda, todo mundo ali, firme, me apoiando, me falando palavras ternas, me dando um sorriso, meu Deus, essas lembranças vão me acompanhar pelo resto de meus dias! E as crianças, de olhos brilhando, acompanhando os palhaços Mosquito e Maritaca, tentando repetir os trava-línguas, abraçando MARIANA, me dando beijos...Fiz tudo o que tinha direito, autografei meu livro, ri, chorei, dei um show de bobeira com meus compadres Ademar e Nivaldo, tomei sorvete, deixei pingar no chão e, principalmente, recebi flores, mensagens, centenas de abraços e beijos, calor humano e alegria! E a dor que sinto, não é nada! Nem vou reclamar (muito) na fisioterapia! Podem me dar choques! A luz que emana de meus amigos e de MARIANA, me sustenta!ZOOM- MARÍLIA LACERDA brilhou mais uma vez: o sucesso do Projeto Giro-lê, com seis títulos, junto ao público do II Salão do Livro, prova sua capacidade. Parabéns, amiga! - Dia 22, acontece o casamento de mon cher Eloer Magalhães e Euzanete e eu não perco! - As amigas da advogada Mila Linhares fizeram um chá-de-panela em sua homenagem, nesse domingo. A competente e estudiosa Mila vai se casar no próximo sábado, com Christian! - Peço desculpas aos meus leitores, no ZOOM da semana passada, saiu um verbo no singular, com o sujeito no plural. Estava escrito dá, quando o correto seria: ... “quando os computadores do tempo da pedra lascada que temos, dão defeito...” Sem ser exatamente uma expert na Língua Portuguesa (quem me dera!) pelo menos, as regras básicas, eu conheço. Quase sempre, escrevo com minha filha-criança ao meu lado, e nesse dia ela estava especialmente feliz com o lançamento do meu livro, falando nele, sem parar, e minha revisão não foi aquela brastemp. Não justifica, mas explica, certo?- Semana de delícias, começou com o II Salão do Livro, culminou com o sucesso do lançamento de Mariana Catibiribana e foi encerrada no delicioso encontro da equipe Diário do Aço, na Aciaria, comemorando os 29 anos do jornal. - Coisa mais linda, a família Notini, formada por papai Eduardo, mamãe Valéria e o irmãozinho Pedro, comemorou um ano da chegada da pequena Mariana, no lançamento do meu livro! - Delicadeza é uma coisa maravilhosa: uma das minhas grandes amigas bordou o nome Mariana Catibiribana em ponto de cruz numa toalhinha, com data e tudo, e me deu de presente. Vou guardar com muito carinho, merci. - Que beleza, uma das minhas leitoras me enviou um e-mail e, no final, me desejou um domingo com “macarronada caipira e música do Quarteto em Cy”, como eu faço ao final de toda coluna, não é o máximo? - Meu Deus, olho para o jornal e vejo, em uma página, a mãe que reencontra a filha Suelen, após 16 anos de separação. Na página ao lado, o enterro do bebê Michele, que foi atirada às águas por aquela que lhe deu a vida. Quem entende? - João Senna dos Reis, um dia você ainda vai me matar de emoção com suas crônicas! A de domingo, na qual você fala das bonecas feitas de sabugo de milho, as durutas da sua infância, mais toda aquela apreciação sobre a personagem Mariana Catibiribana, foi... um arraso! Contudo, se eu der um treco, vai ser de felicidade. Por falar nisso, como foi bom rever os gatíssimos Cristiane e Vinícius, nesse domingo. Você e Graça estão de parabéns pelos filhos lindos e educados que têm! - Revi Otton Fava depois de muito tempo, na saída do espetáculo de Adélia Prado. Já trabalhei com ele na Universidade que hoje é o Unileste-MG e foi muito bom. - Meu merci do fundo da alma, a todos que foram me abraçar no lançamento do meu livro. Milton Nascimento tem razão, “amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito” sem dúvida! Uma semana com gosto de doce de abóbora-da-praia com coco, costelinha com quiabo e angu (huuummm...), versos de Cacaso, (poeta da geração mimeógrafo), blues rasgados na voz de Ray Charles, leitura do salmo 19 (na Bíblia católica é 18) que fala da excelência da Criação e paaaaz são os meus votos. Au revoir.
Nena de Castro
12/02/2008 - 00:00:00 Sufoco
Sabe aquele dia em que você levanta, faz o café do mesmo jeito e ele sai uma droga, a água acaba durante o banho, o computador dá um tilt e engole seu trabalho duramente digitado? Pois é, há dias assim, em que melhor seria ficar debaixo dos cobertores, até que a noite chegue e venha outro dia que, esperamos, será melhor. A esperança é que nos mantém vivos e atuantes. Acredito que há coisas que acontecem sem que você tenha a mínima culpa. Por exemplo, o Rex fez caca no tapete, você não viu e pisou, sujou a sala toda e leva uma bronca de quebra, da sua mãe ou da patroa. É um daqueles dias aziagos, em que nada dá certo, o pneu fura, o chefe flagra você chegando atrasado, ou você foi andando e tomou uma prosaica (mas dolorida) topada no dedão, isso quando do tropicão não resulta um inesquecível tombo... Ninguém está livre de um sufoco, quando tudo parece dar errado. Todos os meus leitores e leitoras certamente já passaram por um dia de cão, em que as coisas saem do controle e situações, ora trágicas, ora cômicas, têm lugar, independente do que foi planejado. Às vezes, o caso deriva de um mal-entendido, de um incidente, de uma coisa inesperada e a gente tem que dar pulos para retomar as rédeas da situação... De certa feita, minha sobrinha Marinês, uma moça muito bonita que cursava Engenharia Civil na UFMG, em BH, quase leva a pior por um equívoco. Certo domingo, animou-se a visitar uma amiga que se mudara para um bairro distante. Para chegar ao local, Marinês tomou um ônibus que a deixou no alto da Afonso Pena, onde tomaria outro até a casa nova da amiga. Pois é, tarde de domingo, cidade vazia, trânsito moderado e ônibus demorando, Marinês se dispôs a esperar com paciência. No ponto só viu uma jovem, muito bonita e bem vestida, que a olhava com certa inquietação. Afinal, depois de certo tempo, a moça se encaminhou para minha sobrinha e disparou: - Escuta, é a primeira vez que vem a esse ponto? - Sim, respondeu Marinês educadamente. A moça continuou:- E onde você fazia ponto antes? É melhor você voltar pra lá, pois esse lugar é meu há muito tempo, sempre pego ótimos clientes e não vou deixar que me tomem o local assim não, falou zangada. Aí, a “ficha caiu”, e minha sobrinha, percebendo que a moça não estava ali esperando um “buzu” e sim a “trabalho”, tranqüilizou-a; estava só de passagem, ia visitar uma amiga, não tinha ido fazer ponto ali... Contando o incidente, Marinês riu a valer: pôxa tia, eu só fui tomar um ônibus e quase apanho porque a moça pensou que eu ia tomar “seu ponto”, que coisa! É, às vezes não há como escapar de uma situação atípica. Mas também a gente, por descuido e omissão, contribui para que a jiripoca pie, com certeza. Anos atrás, quando trabalhava na Defensoria Pública Municipal, aconteceu de ficarmos só eu e Jacyr Guidine respondendo pela área cível. Alguns advogados foram transferidos, outros saíram e eu e Jacyr dávamos pulos de “mil-réis”, para atender e fazer audiências. Eram muitos processos distribuídos pelos antigos colegas e nós dois respondíamos por todos, de forma que, em certo dia, chegamos a fazer 14 audiências! Às vezes, coincidia de sermos apregoados em duas Varas ao mesmo tempo e era uma correria só. Por sorte, contávamos com o apoio dos juízes e promotores e, ao final, tudo dava certo. Perguntem ao Guidine sobre esse período, ele tem ótimas histórias para contar! Bom, em uma 6ª feira, repleta de trabalho, entre outros casos, acompanhei o de uma cliente, idosa, paupérrima, que tentava a Interdição de sua filha, que “quebrara o resguardo”, perdera o juízo, não reconhecia os cinco filhos e vivia pelas ruas. Dona Maria, a cliente, precisava trazer um documento para ser juntado aos Autos. Ante seu estado de miséria, eu lhe dei um passe que tinha na agenda e minha estagiária deu outro. Entre acordos, separações, divórcios e execuções, chegou o fim da tarde. Eu e minha estagiária carregamos uma montanha de processos e colocamos no meu carro, estacionado atrás do Fórum, despedimo-nos e me preparei para voltar para casa. Eu sabia que precisava abastecer o carro, mas para isso teria que ir ao caixa automático no prédio da Prefeitura, ali pertinho, contudo estava tão exausta, querendo que o mundo acabasse em sorvete e cama, que resolvi ir embora. E aí, a preguiça e o cansaço me proporcionaram uma experiência única. Saí do estacionamento, passei pelo posto ali perto e tomei o caminho do Horto, para chegar ao Imbaúbas, onde moro. Então, lá ia euzinha, dirigindo com calma, pensando no sábado, no almoço de domingo e de repente, logo ali, após a entrada do Bairro Ferroviário, defronte ao muro do Century Hotel, o carro deu um solavanco e parou. O álcool tinha acabado! Ai, ai, ai! Sinalizei o local, pensei em avisar meu marido e tomar o ônibus, mas tinha dado o passe pra Dona Maria; revirei minha bolsa, sacudi, mas só consegui 10 centavos, que não davam pra pagar a passagem. Pensei em ir andando a pé até o Shopping, mas fiquei com medo de sair do local, por causa dos papéis que estavam comigo. Não, eu não arredaria pé dali, não sem meus processos! Afinal, decidi caminhar até o Centro Comercial do Ferroviário, para encontrar uma amiga, ela não estava, liguei pro meu marido, pedi que levasse álcool e voltei ao local onde estava meu possante. Ao chegar, verifiquei, espantada, que duas mocinhas, de saias bem curtas pediam carona. Uma delas estava encostada no meu carro e a outra, um pouquinho à frente, fazia sinais para os motoristas. A essa altura, já estava escuro, era inverno e a noite caía rapidamente, o fluxo de carros aumentava, as mocinhas se mostravam, exibindo seus dotes para o “trabalho” e eu ali, maior cara de tacho, arrependida por não ter ido ao caixa eletrônico e não ter colocado álcool no posto tão próximo! Ai, pra que fui dar o passe pra Dona Maria, não, a mulher precisava, coitada, era pobre, idosa, eu agi certo, meu Deus, quem manda eu ter tido preguiça de pegar o dinheiro e abastecer, tenho celular mas não uso, sou um caso perdido... Noite fechando, carros passando, buzinando, e eu perto das moças, afinal os processos estavam dentro do carro! Ó céus, cadê meu marido que não chega, eu quero a minha mãe!... Mais duas mocinhas se juntaram às primeiras e eu comecei a pensar: Gente, com esta idade e cara de besta que tenho, vão achar que estou agenciando as moças, isto acaba dando confusão e o que eu vou dizer pras minhas crianças? E se passasse algum tarado apreciador de velhinhas gordinhas e parasse o carro achando que eu também estava ali, “trabalhando” que nem as meninas? O tempo ia passando, as moças negociando com os carros que paravam e eu ali perto, morta de sem-graça! Afinal, meu marido chegou, tinha entendido que eu estava na entrada do Iguaçu e ficou um bom tempo por lá me procurando, então resolveu voltar e aguardar que eu fizesse contato. Com um monte de agradecimentos ao Criador, apanhei meus processos, passei pro outro carro e me mandei, deixando ao meu companheiro a resolução do problema. Ufa! Cheguei em casa exausta, amarela de fome e ainda tive que agüentar a gozação da minha turma de adolescentes! Portanto, ao sair para algum lugar, verifique pelo menos se tem combustível no carro, se não tiver, coloque; não saia sem dinheiro, ainda que pouco, nem esqueça o seu celular. Caso contrário, agüente as conseqüências, sem culpar o destino pelo sufoco...

ZOOM- Um abraço para Carlos Alberto Batista de Oliveira, ou simplesmente Cacá, gerente do Banco Real do Shopping. Foi um prazer revê-lo, amigo. - Moreira do Bom-Ré-Mi-Fá, agradecendo a notinha e convidando para as quartas-feiras, quando tem apresentação de Choro e Jazz. Boa pedida! - No sábado aconteceu almoço festivo no Panorama Tower pelo enlace de Thales Machado de Oliveira e Andréia. Parabéns! - E quem aniversariou domingo foi Larissa, a minha branquinha caçula. Deus te abençoe, minha filha! E que seus sonhos se realizem! - Uma terça-feira cheia de calor humano, bolo com calda de chocolate, torresminho frito com mandioca, poemas de Catulo da Paixão Cearense, a voz rouca e sensual de Maysa cantando “Ouça”, e muitas outras canções românticas, suco de acerola com maracujá, e paaz, são os meus votos. - Críticas, sugestões e eventuais elogios, pelo e-mail nenadecastro@yahoo.com.br Au Revoir.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

MANHÃ CINZENTA, POESIA LUMINOSA...

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Nena de Castro
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Nena de Castro
29/01/2008 - 00:00:00 Manhã cinzenta, poesia luminosa...
Manhã de domingo. Acordo com a cabeça indicando uma crise de enxaqueca (De novo?). Agradeço ao Criador por mais um dia de vida e me levanto. A casa está silenciosa. Sinto falta de minha filha-criança que foi com o pai visitar a avó em BH. As outras crianças dormem, na paz de quem tem toda uma vida pela frente. Não importa que as crianças no caso sejam um rapaz de quase 2 m de altura e uma moça que cola grau agora em março. Para a mãe, filho, apesar de crescido, homem feito, responsável, e moça terminando a Faculdade, são e serão sempre as suas crianças. Minhas leitoras que são mães sabem do que falo... O dia não consegue decidir se vai ser chuvoso ou não e os pássaros cantam com cautela. Kid saiu da varanda e se aninhou no sofá e, pra variar, está dormindo, na certa sonhando com um mundo limpo e com ossos gigantes, com certeza... Encaro o computador, onde escrevi “tô no sal”, a guisa de dizer que tenho uma crônica para escrever, a cabeça dói e eu quero mesmo é me deitar no escuro do quarto e esperar que a crise passe. Mas tenho um serviço a fazer, o meu leitor espera ler algo interessante, algo que alivie sua tensão, a preocupação com a vida, o aumento geral nas despesas de janeiro, as contas que surgem como coelhos da cartola do governo... Olha a responsabilidade, meu pai dizia que, quem não tem competência, não se estabeleça. Então, dona Nena, esqueça a enxaqueca e escreva! Penso naqueles homens, mulheres e crianças palestinas, literalmente invadindo o Egito, em um Êxodo às avessas... Penso se a Klu Klux Klan e outros redutos do ódio racial vão permitir que o negro Barack Obama seja presidente dos Estados Unidos. É esperar para ver... Aliás, minha tia, a terrível Lady Zeferina, está na maior torcida para que Hilary Clinton saia vitoriosa, encha o Salão Oval de estagiários e, de vez em quando, fume com eles um charuto. Afinal, não vivemos em mundo de direitos iguais? Besteira pensar em tanta coisa que acontece por este vasto mundo, eu não me chamo Raimundo, nem procuro rima pra Raimunda, só digo que mora na grota funda, pra evitar problemas. Hoje no jornal, leio que proibiram a venda de bebida alcoólica nos bares à margem das BRs, está certo, o álcool é um dos causadores de acidentes, mas para a conservação das rodovias não vai nada? Estamos assistindo há anos a novela da duplicação da BR-381. Então tá, no dia em que o presidente dos Estados Unidos aprender que a capital do Brasil não é Buenos Aires, nem nosso país se chama Bolívia, tudo será resolvido. Falar nisso, uma escritora inglesa chamada Frances Stonor Saunders denuncia em livro o que todo mundo já desconfiava. De fato, a CIA entrou com tudo nos movimentos culturais pelo mundo afora, financiando artistas e escritores que propagassem o American way of life, inclusive fazendo campanha para impedir que Pablo Neruda recebesse o Prêmio Nobel de Literatura. Eta diacho - dizia vovó, corrigindo o neto guloso: não avança no pedaço de frango do outro, menino! - eu lembrei dessa frase porque parece que, para a América (do Norte) o mundo é um frango assado, e ela quer sempre ficar com a maior e melhor parte! A política nacional dá engulhos, a internacional é um prato indigesto e o Terceiro Mundo tem que sambar para sobreviver, só mesmo bancando o besta que nem o mineiro esperto e dançando conforme o dobrado, é o que dizia sô Quino, negro velho que conheci: Minha fia, quando a gente ganha roupa, se ela for pequena, a gente encolhe, se for grande, a gente cresce, ou seja, o jeito é adaptar-se e ver se é possível dar um jeito e tocar a vida com um mínimo de dignidade...Um pernilongo inoportuno me pica o braço, meu Deus, que não seja o Aedes portador da dupla desgraça, a dengue e a febre amarela que as autoridades dizem estar controlada. Eu quero acreditar nisso, mas posso? Meus olhos caem sobre o livro que deixei aberto, um poema de Vera Lúcia de Oliveira, a professora paulistana que vive na Itália: meninas as meninas que da alma pulam brincam de esticar o tempo com suas saias rodadas dançam a canção mais pura que aprenderam correndo entre as junturas dos ossos.Meninas com saias rodadas, dançando a canção mais pura nos trazem à mente tanta coisa bonita que foi soterrada por um mar de indignidades, lutas e decepções, a gente tenta se desvencilhar para não sucumbir, na verdade, somos todos sobreviventes! A poesia me salva do desespero, é um barco que navega através dos tempos e da escuridão da existência. As palavras têm asas, voam pelo firmamento como borboletas de luz e me levam ao encontro marcado com o destino. Hoje sou eu amanhã, quem sabe? Afinal, resolve chover, uma chuvinha melancólica, daquelas que descem mansamente e anunciam o eterno recomeço, o ciclo da própria existência, o inexorável desfile do tempo que escorre entre nossos dedos como a areia da ampulheta. O momento poético me ilumina no cinzento do dia, ah, santos versos que me consolam e consolam o mundo e que jamais desaparecerão! Comungo com Neruda quando respondeu em entrevista que, em cada época, deram por morta a poesia, mas ela se vem demonstrando vitalícia, ressuscita com grande intensidade, parece ser eterna. A poesia acompanhou os agonizantes e estancou as dores, conduziu às vitórias, acompanhou os solitários, foi ardente como o fogo, ligeira e fresca como a neve, teve mãos, dedos e punhos, teve brotos como a primavera: fincou raízes no coração do homem. E com o coração cheio de brotos e renovos primaveris, apesar do cinza e da dor, falei o que sinto e acho para meus leitores. Certamente quando estiverem lendo, estarei melhor. Vou me deitar. E la nave va...ZOOMGente, a crônica do Rubem Braga que pedi, chegou! Depois conto quem me enviou. Reli Rubem com prazer. E quando crescer, quero ser igual a ele...- Um grande e precioso abraço para minha amiga Maria das Graças Castro, que mora no Bairro dos Professores, em Fabriciano, extensivo a seus filhos Jander, Breno e Túlio. Amiga, como foi bom revê-la!- Abraços para Luzineth Faria Alves, para Nilcinéia e Hermelinda Sousa, da Secretaria de Cultura, nesta terça-feira.- Anda desfilando pela Internet uma denúncia de que, em certos locais de Roraima, só se pode entrar com licença especial de americanos. Xiii... - Gente, que coisa, até hoje me indagam sobre o Zeca da mandioca. Mas que povo terrível, esses meus leitores! - Em abril, um grupo de poetas de nossa cidade vai visitar Mariana mais uma vez, valendo pelo intercâmbio que temos com os grandes poetas de lá. Tô nessa! - A psiquiatra Angélica Vaccarini, presidente do CLESI, descansando na Europa - Vou dar um golpe de aikidô na TV se passar de novo aquele filme em que a Jennifer Lopes apanha do marido e depois bate nele. Só na semana passada, repetiram umas 10 vezes. Haja! Pensando bem, vai ser um golpe de ai-que-dor, principalmente se for com o bracinho direito. - Vem aí a 1ª Semana de Poesia e Literatura Infantil. Aguardem, vai ser o fino! - Piadinha, que ouvi na 28 de Abril na 5ª passada: “por que casa de joão-de-barro não cai? Porque é bem construída...” - Uma terça-feira cheia de luz e alegria, com poemas de Brecht, música de Ivete Sangalo, som de Carlinhos Brown e os tambores da Timbalada, costelinha de porco frita com angu e taioba, doce de coco em pedaços e paaz, são os meus votos. Críticas, sugestões e eventuais elogios, pelo e-mail: nenadecastro@yahoo.com.br - Au Revoir.
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Nena de Castro
22/01/2008 - 00:00:00 De busca, sugestão e poesia
Estou à procura de uma crônica. Era um dos textos do meu livro de Português quando cursava o 1º Ano Normal. É, eu fiz o Curso Normal no Instituto Imaculada Conceição, em Governador Valadares. Como sei nada de Matemática (brrrrr) e coisa nenhuma de Química e Física (valha-me Deus!), pretendia cursar o Clássico para me aprofundar no estudo de Línguas e nos autores greco-romanos, mas lá não existia tal curso. Daí fui fazer o Normal que, honra seja feita, era um excelente curso para quem pretendia lecionar! As Clarissas Franciscanas eram (e creio que ainda são) muito exigentes e tivemos os melhores professores que podíamos ter, além de um colégio de estrutura física invejável. E tome Sociologia, Didática, noções de Psicologia e estudo de recursos para uma boa aula! Nossa professora de Literatura, Eclice Alvarenga, era formada na UFMG, falava inglês fluentemente e, quando tínhamos bolsistas de língua inglesa, era uma delícia ouvi-la explicar para as gringas, em sua língua, os segredos da Literatura Brasileira. Como não tinha mais que me preocupar com a horrenda matemática do Ginásio, eu nadava de braçada: sentava lá atrás, copiava a matéria, comia pipoca doce e lia, quase discretamente, livros não muito “católicos” para os padrões do educandário, como os de Jorge Amado (“livro de comunista”) e de Henry Miller (“meu Deus, onde essa menina vai parar, com essas leituras?”). Do Miller, mamãe achou o exemplar de “Sexus”, leu umas páginas e houve um cafuçu danado lá em casa, o que o leitor vai entender se der uma olhadinha, de leve, na obra. Bem, aonde eu vim parar, os leitores já sabem, vez que me toleram escrevendo sandices no Diário do Aço toda terça-feira. E quanto à crônica, cujo autor penso ser Rubem Braga, nela, com certa ironia, ele respondia a uma leitora que lhe pedira uma definição do amor. Dizia que o mal de amor era como a dor da... BURSITE e explicava que doía no fundo da alma, dia e noite, tal qual o drama de uma grande paixão. Se a leitora esperava algo romântico, deve ter ficado bastante desapontada... Contudo, como só foi citada a dor da bursite, eu gostaria de reler tal crônica, para, seguindo o mesmo raciocínio, discorrer sobre suas primas, a TENDINITE e a TENOSSINOVITE, que doem bem mais que qualquer dor-de-cotovelo, aliás, costumam doer no cotovelo, isso sim! Portanto, meu caro leitor (leitora), se você tiver um livro antigo que traz esse texto, mande pra mim, por favor. Je vous remercie.SUGESTÃOCastro Alves, o poeta condoreiro, (de altos vôos), escreveu “a praça é do povo como o céu é do condor”... Pois é, além de ser um galã conquistador, o poeta baiano que nos deixou incríveis poemas sobre a medonha situação do negro escravizado, entre os quais Vozes d’África e Navio Negreiro, também era um sábio em outras questões sociais. Ele já sabia que o povo precisa ter um espaço onde possa se reunir, exprimir seus sentimentos de dor, revolta, protestos, alegria... Ninguém desconsidere o poder do povo que se reúne para fazer reivindicações... Lembram-se das mães argentinas que, de fralda amarrada na cabeça, marchavam silentes pela praça defronte à Casa Rosada, sede do governo então sob domínio militar? É, as chamadas Mães da Plaza de Mayo fizeram estremecer uma ditadura sangrenta, lutando em caminhadas pelos filhos presos! E com resultados! Em nossa cidade, temos uma praça, a 1º de Maio, que nunca teve o destaque que merece, talvez pelo tipo de estabelecimentos que sempre teve a seu redor, que pouco a pouco estão mudando, com lojas lindas e comércio variado. Apesar de ter um monumento criado pelo gênio do escultor Amílcar de Castro, poucos sabem seu significado e aquela praça merece cuidados e atrações especiais, para que o povo possa ter ali um local de lazer, com policiamento, programas para crianças, como contagem de histórias, palhaços, bandas, balões, alegria e cores. Fica, pois, uma sugestão para a Secretaria de Cultura e Lazer que poderia transferir a FEIRARTE, com suas barracas de comida e seus artesãos para a Praça 1º de Maio? Afinal, se a praça é do povo, ele vai continuar a prestigiar o evento, que já é um sucesso!HOMENAGEMIpatinga não pode esquecer nunca o tenente Oswaldo Machado de Oliveira, o Maestro Oswaldo, que fez de sua vida à frente da Guarda Mirim e da Escola de Música da Corporação Musical Santa Cecília um trabalho memorável de orientação e educação de adolescentes, e formou um celeiro de craques das partituras. Só dar seu nome à Escola de Música é pouco. Oswaldo honrou Ipatinga, conquistando títulos no Brasil inteiro e merece muito mais. Em memória de meu inesquecível amigo, transcrevo os versos que se seguem:UM CÉU COMUM Mário QuintanaNo céu vou ser recebidocom uma banda de música.Tocarão um dobradinhodaqueles que nós sabemos- pois nada mais celestialdo que a música que um dia ouvimosno coreto municipalde nossa cidadezinha...Não haverá cítaras nem liras- quem pensam vocês que eu sou?E os anjinhos estarão vestidosno uniforme da banda,com os sovacos bem suadose os sapatos apertando.Depois, irei tratar da vidacomo eles tratam da sua...ZOOM- Gente, que coisa! Vocês precisam ver quantos e-mails recebi de meus leitores e leitoras, querendo saber a respeito do personagem de minha crônica da semana passada: 1) A verdadeira identidade do Zeca? (Não conto nem sob tortura!) 2 ) E ainda: se o Zeca já “afogou o ganso”, “trocou o óleo do motor”, “tirou o atraso”, “molhou o biscoito” “bebeu água da cisterna”... Esse pessoal...- Um abraço para Jacyr e Elma Guidine, nesta terça. - Em terra de doido no volante, até jaguatirica é atropelada...- Avistei sei Raimundo outro dia na Usipa. Mestre de muitas vitórias e bons exemplos, sei Raimundo é tudo de bom. Somos muito gratos pela atenção e carinho que dispensou à Tatiana no Judô.- Foi o especial Cláudio Salvador quem fez a locução da exposição de pássaros que aconteceu dias atrás no 7 de Outubro. Um abraço, meu amigo.- Outro abraço, agora para Sirvanil da Conceição, Roberto de Oliveira Machado e Mariely Lacerda, a fofinha que me entrevistou para o site do Clesi...- Cida Pinho, cadê você, meu Passarin? Li todos os poemas que me mandou, são lindos.- Rubem Leite continua escrevendo seus artigos na revista eletrônica, Nota Independente. Amigo, obrigada pelas lisonjeiras comparações, mas vá com calma: sou só aprendiz de cronista e poeta.- Vá curtir o verde do nosso Parque Ipanema, aquele lugar, nesse mundo poluído é um luuxo! E acessível a todos! Mas ajude a conservá-lo, ok?- E atenção, não confunda alhos com bugalhos, Zé Germano com gênero humano e mão na massa com humana massa, visse? Dá confusão!- Um dia feliz, com nuvens azuis e sem febre amarela, pamonha de milho verde cozida na folha de banana, com pimenta malagueta, curau com bastante canela, versos do poeta goiano Gabriel Nascente, música de Beto Guedes, banho de cachoeira e paaaaz, são os meus votos. Críticas, sugestões e eventuais elogios, pelo e-mail nenadecastro@yahoo.com.br- Au Revoir.
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