domingo, 11 de outubro de 2009

UM ENGANO QUASE FATAL.

15/01/2008 - 00:00:00 Um engano quase fatal
José da Silva é um respeitável cidadão dessas paragens. Rapaz esforçado, criado na roça, Zeca, como era chamado, veio para Ipatinga trabalhar na Usiminas, logo na época da criação da Usina Intendente Câmara. Recém-casado com Maria Jovita, instalou-se numa casa pequena no Bom Retiro e foi levando a vida. A cidade crescia e Zeca trabalhava para criar os filhos que chegavam um atrás do outro, num total de oito, sendo cinco homens e três mulheres. Afeito às coisas da terra, Zeca era louco para comprar, nem que fosse uma chácara pequena, para plantar legumes, árvores frutíferas e, principalmente, mandioca. Sonho realizado, após anos de economia, o Zeca pôde enfim, com a ajuda da esposa e dos filhos, se dedicar ao plantio de pés de manga, goiaba, laranja, mexerica e outras frutas, que faziam a delícia da meninada, tanto pelas frutas quanto pelas brincadeiras nas árvores. Zeca plantava também legumes, criava galinhas, uns porquinhos e se dedicava ao plantio da mandioca. Conhecia tudo sobre o tubérculo: o jeito de plantar, as variedades, o cuidado pra meninada não colocar folhas verdes na boca, pela toxicidade, o fabrico da farinha e do polvilho... Para Zeca, pão era secundário, o negócio era comer mandioca cozida com um cafezinho passado na hora; frita, no almoço; no jantar, com carne cozidinha e bem temperada, sopa de mandioca, bolinho de mandioca, enfim, a mandioca era realmente a paixão do Zeca. Filhos crescidos, casados, cuidando da própria vida, vieram os netos... Zeca já estava aposentado... A esta altura, tinha uma casa boa no Iguaçu, com dois carros na garagem, um Corcel velho para a roça e um carrão novo para andar na cidade. Um dia, Dona Maria Jovita, infelizmente, faleceu. Tristeza danada, lá se foi a companheira de tantos anos, que dificuldade para engatar a vida sem ela...Mas o tempo é companheiro que leva de roldão dores, saudades, sentimentos e, aos poucos, Zeca recomeçou a freqüentar a roda dos aposentados seus amigos, onde se jogava truco e bocha, enquanto se contava causos do início da Usina, do progresso de Ipatinga, dos turnos de serviço, futebol... Transcorrido certo tempo da morte da esposa, Zeca viu que não dava conta de ficar no seco, era homem de marcar ponto toda noite com a esposa e a coisa estava ficando feia. Ainda era forte e, mesmo sem ter sido homem de muitas farras, precisava de companhia feminina. Casar de novo estava fora de cogitação e o Zeca acabou chegando à conclusão de que teria que procurar uma profissional que lhe matasse a sede. Contudo, achava meio difícil levar a empreitada a termo, com oito filhos adultos, genros, noras e uma carrada de netos todos morando aqui. Poderia ser apanhado em flagrante e perder a moral com a rapaziada, o que não admitia... Pois bem, certo dia, Zeca precisou ir a Acesita, ou melhor, a Timóteo, para resolver uma pendência. Dirigia seu velho Corcel e estava acompanhado pelo compadre Antão. Timóteo, naquela época, tinha um prefeito só e nem se sonhava com a novela surrealista que se desenvolve hoje no município, no tocante ao chefe (?) do Executivo...Negócio resolvido, Zeca e seu compadre vieram pela BR-381, conversando sobre o número de acidentes que aconteciam na então chamada Curva da Morte em Fabriciano. Papo vai, papo vem, entraram em Ipatinga. Passaram pelo Horto, Zeca dirigindo, o compadre Antão falando e fumando seu cigarrinho de palha... Perto da estação ferroviária, de repente, o motorista ficou alvoroçado: na beira do asfalto, uma morena de parar o trânsito, fazia ponto.Rapidamente, Zeca deu sinal e encostou o carro uns metros adiante, explicando pra compadre Antão que ouvira um ruído estranho no motor. Abriu o capô e, enquanto fingia mexer no motor, examinou o “material”: a morena tinha pernas longas, que a saia curta de oncinha destacava: era toda sorrisos e tinha um jeitinho dengoso, fazia biquinho para os carros que passavam e buzinavam. Zeca, doidão, pensou: É HOJE!!! Fechou o capô do carro, explicou pro compadre Antão que um relé tinha se soltado e precisava fazer a reposição com urgência.Por isso, ia deixar o compadre no ponto de ônibus e iria direto para a oficina. Falou e fez: mal se despediu do aturdido compadre, foi velozmente para casa. Tomou um banho, vestiu sua roupa mais bonita, tirou o carro novo da garagem e voltou pelo caminho que dá acesso ao Horto. Chegando perto da estação, verificou, aliviado, que a morena estava na beira do asfalto. Deu sinal, pegou o retorno e parou o carro perto daquele espetáculo de mulher. - Oi, vamos dar uma volta?, disse, abrindo a porta. A morena não se fez de rogada e entrou no veículo, trazendo um halo agradável de perfume. Zeca, cada vez mais excitado, tornou a pegar a estrada de Fabriciano, pensando em ir a um motel na saída de Timóteo, onde certamente teria menos chance de ser visto. A morena se ajeitou e a saia subiu mais ainda, deixando-o louco. Passou a marcha, tirou a mão direita do volante, colocando-a no joelho da morena, fez um carinho e começou a subir a mão. O choque foi muito grande! Testemunhas que passavam a pé pelo morro da Usipa dizem que foi tudo muito rápido: o carro freou bruscamente, ouviram-se uns xingos e uma morena foi empurrada de dentro do veículo, caindo estatelada no asfalto! O carro desapareceu em direção a Fabriciano. Zeca não contou pra ninguém, andou ressabiado por uns tempos. Quando voltou a freqüentar a roda de amigos, ninguém entendia por que volta e meia, nas conversas, afirmava que achar mandioca que não se plantou, não tem um pingo de graça e é um perigo!




ZOOM- Ministros aparecendo na televisão, garantindo que não há epidemia de febre amarela, e nenhum perigo de apagão? Minha tia, a terrível Lady Zeferina, sabe que atrás de um desmentido oficial, pelo menos nesse país, vem a certeza de tragédia; correu ao posto e se vacinou e, na volta, passou na venda e comprou dois lampiões e três lamparinas. Cê besta, mineiro não perde trem nem fica no escuro!- Na manhã de domingo, no Parque Ipanema, encontrei Marcelo Siqueira e a competente advogada Eliamar, passeando com a netinha Isabela.- Um abraço para Hugo Siqueira e Wiliam de Paula, da Assessoria de Comunicação Social da Usipa- Delmanaide, minha amiga, cadê você? Dê notícias!- Abraços para Lúcia Helena, do Colégio Carlos Drummond de Andrade e para Nelma.- Atenção gente, nada de confundir Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão, visse? - Um dia feliz, sem lembranças de dores e amores desandados, tardes de sol, alegria, bolinho de mandioca cacau com carne moída e pimenta, baião de Gonzagão com aquela sanfona rasgada, versos de Patativa do Assaré e paaaz, são os meus votos. Críticas, sugestões e eventuais elogios, pelo e-mail: nenadecastro@yahoo.com.br Au Revoir.

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