domingo, 11 de outubro de 2009

SOB O SOL

18/12/2007 -
Olhou o céu. Ainda estava escuro, embora um vermelhão começasse a refulgir. Esfregou os olhos e levantou-se. Atravessou o pequeno barraco e chegou à porta. Avistou suas ovelhas que dormiam. Os cordeirinhos encostados em suas mães... Daí a pouco estariam todos de pé, balindo, procurando água e alimento. Com um meio sorriso, vestiu-se e foi ao riacho. Lavou o rosto e apanhou água. Foi ao fogão a lenha, assoprou as brasas, colocou mais gravetos e lenha e pôs água pra ferver. Café coado, sorvido quente, bem forte, matula no embornal, saiu. As ovelhas baliam e se movimentavam em direção à água e ao cocho. Cegueira de beleza causada pela explosão do sol nascente, festejada pela passarada desperta no esplendor da manhã, lhe cerram os olhos. Abriu a cancela rústica. As ovelhas começam a sair, aos poucos, sem pressa. Um ou outro cordeirinho era pisoteado, caía e se levantava logo em seguida, seguindo o rebanho. O cão, que se erguera aos seus primeiros movimentos, acompanhava a caminhada aos pulos. As ovelhas pastavam, calmamente. Pareciam saber sempre o que fazer, o destino a seguir, saber qual papel na existência lhes estava destinado... Sempre achara que os humanos deviam olhar mais para os bichos. Ao longe, via a curva da estrada de terra amarelada pelo sol. Além daquela curva, além do vale, ficavam os outros seres humanos. A cidade e o movimento, a cidade e suas cores, a cidade e seus vícios... Balançou a cabeça ante certas lembranças... Como num sonho, um vulto de mulher, vestida de azul, correndo e dançando, vinha rindo... Os cabelos ruivos à altura dos ombros também dançavam e, notando bem, as árvores, a brisa, a grama verde, tudo se inclinava em gracioso balé, ao compasso dos passos da moça que sorria... Ciara... O mundo e Ciara, o sorriso e Ciara, tudo e Ciara. Esfregou os olhos, e a visão desapareceu. Caminhou mais depressa, tangendo algumas ovelhas que iam para os lados do precipício. O cão ajudou-o na tarefa. O ardor do sol lhe afirmou que era meio-dia. Guiou o pequeno rebanho para a curva do riacho, onde havia árvores, sombra e abrigo. Um vento meio fogoso, quente e inquieto, trouxe-lhe lembranças do mar: a areia, as ondas, o velho barco e o sorriso de Ciara... Apertou os lábios e concentrou-se no trabalho de juntar suas ovelhas. Algumas ainda pastavam, outras bebiam a água fresca, outras se deitavam, amontoadas entre si. Comeu o farnel, deu um pedaço de carne ao cão, bebeu água, recostou-se no tronco de uma árvore e dormiu... Sonhou... Ciara ria e ele ria também, feliz pelo som da risada da mulher amada. E o sonho o levava a outros tempos, tempos esses que ficaram para trás, num passado que ainda lhe doía recordar. O balir das ovelhas o despertou. Tomou água, levantou-se e começou a caminhar. Um homem, seu cão, as ovelhas e a solidão...

RECADIM
(Nena de Castro)
À vida que me assola,
às pessoas que questionam
às dúvidas que me assombram,
respondo com a Poesia(e zé fini!)

ZOOM- No Casarão do Churrasco, o poeta José Roberto Faria, o Jorofa, despediu-se dos poetas do Vale do Aço, pois mudou-se para Lagoa Santa. Foi uma noite deliciosa: carnes, bebidas e, sobretudo, bom papo! Presentes, Romero Lamego e Ângela, Otoni Ferreira e Nely, Ademar Pinto Coelho, Helena e Isabela, Wellington Fred e Helena, Marília Lacerda com Mariana e Mariely, Emerson Félix e a namorada Fabíola, Eduardo Costa, Moacir e Nena de Castro. “Vai Jorofa, vai ser saudade na vida”! - Quem se forma em Pedagogia pela UNEC, (Santana do Paraíso) hoje, 18 de dezembro, é minha amiga Hermelinda Souza, a Linda da Cultura. A colação de grau acontece no Salão de Festas Paraíso. Parabéns, guerreira, você chegou lá! - Um abraço para Graça Sousa, moradora do Caravelas e mãe da advogada Maria Emília de Sousa, que aderiu à era da Internet. Aí, Graça, agora podemos “serrar o coco” via e-mail!- Registro o recebimento de cartão de Natal da Câmara Municipal de Ipatinga, outro da parte da deputada Rosângela Reis, assim como o jornal do Pilar, Instituto de Educação, que traz as fotos da Mostra Literária, e parte de nossa Crônica do dia 27 de novembro. Merci. - A jovem Juliana das Graças Martins Sá, filha de Álvaro e Elaine (meus vizinhos no Imbaúbas), forma-se em Farmácia em Diamantina, no dia 11 de janeiro/08. Parabéns, menina! - E a queda da CPMF, hein? Hi, hi, hi! O certo é que vão inventar outra taxa pra gente pagar, claro, mas que foi bom ver a derrota do governo, lá isso foi. Joyce Moreira e Manoel de Souza vão se casar no dia 19 de janeiro, na Igreja Senhor do Bonfim, no Cidade Nobre. Desejamos muitas felicidades ao futuro casal. - A festa organizada por Neuza Produções foi um must. Neuza é, antes de tudo, uma guerreira. E, como Midas, tudo em que põe a mão tem o toque do bom gosto e do sucesso! A comunidade de Achado tornou-se um prato cheio para os historiadores da região. E o DIÁRIO do AÇO deu todas as dicas em reportagens de sucesso. - Um abraço para Marilene Guerra, que revi essa semana no Shopping. Quero, como presente de Natal, que você, leitor que me tolera toda terça-feira, envie um e-mail, falando do que achou desses 7 meses de trabalho e de todas as crônicas que escrevi, tá? - Um dia de chuva ou de sol, mas com recheio de carinho, saúde, alegria, com gosto de leitoa à pururuca e pudim de ameixa; versos de Cecília Meireles, prosa de Clarice Lispector, música de Martinho da Vila, aqueles sambas malemolentes e deliciosos, e paaaz são os meus votos. Críticas, sugestões e eventuais elogios, pelo e-mail:

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