quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MAS NÃO É QUE...?

O jornalista Roberto Pompeu de Toledo, da Revista VEJA, escreveu em 27 de fevereiro último que:“Barack Obama é inspirado orador, tem idéias arejadas, ostenta bom currículo, etc., mas o melhor que tem a oferecer aos EUA e ao mundo, é mesmo sua pele escura. Um presidente com voz fina de mulher e batom nos lábios também seria bom, mas um de pele escura é muito mais espetacular, para o efeito de chacoalhar os pressupostos e o gosto reinantes. Quando Obama estender a mão para outro chefe de estado, é a sua mão preta que estenderá e não se trata do presidente de um país africano, mas o da maior potência do mundo. Uma das atitudes racistas mais canalhas é a do branco que, numa disputa com o negro, aponta no próprio braço a cor da pele, para dizer como sua cor é superior à do outro. Um jogador de futebol fez isso, não faz muito, numa partida no Rio Grande do Sul. Essa pessoa que se sente tão superior porque tem a mão branca terá de aprender a viver num mundo (desconcertante, para ela) em que uma mão preta é que assina as ordens que farão a diferença entre a paz e a guerra, o progresso e a crise, ao redor do planeta, além de ter ao seu alcance os botões nucleares. A cara preta de Obama é que aparecerá todo dia nos vídeos do mundo inteiro. O cabelo duro de Obama e os lábios grossos de Obama é que dominarão a cena. A figura negra de Michelle, a mulher de Obama, é que estará ao seu lado, nas recepções na Casa Branca e nas visitas a outros países.Isso fará uma enorme diferença no mundo. Fará uma enorme diferença no Brasil.”Pois é, meus leitores e leitoras, isso tudo poderá ocorrer, caso não detonem, literalmente, o negro Barack, que tem a audácia de pretender ser o presidente dos EUA. O que vocês acham?ENLEVO...Dentro de mim, mistério infindo, se formou uma vida. Dentro de mim, poderosa, como a mãe-terra, parte cósmica do Planeta, a ínfima semente se formou, em segredo ancestral, divino, belo... Dentro de mim, no útero vermelho e dourado, cama macia, ela se aninhou, novel sementinha em espera pela primavera... Desenvolveu-se no andar dos dias, contando o tempo, cantando as músicas de que sabem os anjos, as fontezinhas nos montes, as aves nos ares, as ondas sob o céu... Não sei quais estrelas se cruzaram no firmamento, mas sei que Vésper reluzia, enviando, através do espaço, camadas douradas sobre a Terra, que ela, aninhada dentro de mim, não via, só percebia... Durante meses, respiramos o mesmo ar, nossos corações pareciam só um, batendo em cadência doce; em segredo, falávamos silenciosamente das tardes quentes, do raio de sol, da flor de inverno, do zumbir afetuoso das abelhas na primavera, nos mistérios da criação divina... Guardei-a comigo durante meses, naquela união de formas que se entrelaçam, para se aquecerem, deixando o amor ser a medida de todas as coisas. Nasceu, linda, perfeita, cabelinho fino e encaracolado, mas eu a amaria do mesmo jeito se assim não fosse, porque é parte de mim, e o todo de mãe só se completa pelo amor sem barreiras. Eu lhe escolhi o nome de Lara. O pai foi contra; “Lara, no Brasil, é sobrenome”. Expliquei que homenageava a heroína de Boris Pasternak, eternizada no filme Dr. Jivago, com Omar Sharif e Julie Christie, cuja música embalou toda uma geração. Para evitar discussões maiores, registrei-a como Larissa Lara. O que pode parecer estranho, mas resolveu a questão. E chamada de Lara, corajosa como a personagem que lhe deu o nome, a menininha cresceu e foi para a escolinha. Tão linda, parece-me ainda vê-la, sainha e tênis vermelhos, blusa e meia branca, segurando a merendeira, e a preciosa pastinha com papéis... Minha menininha cresceu mais ainda, tornou-se adulta e recebe seu diploma de Nutricionista no Unileste-MG, nesta quinta-feira. Como toda mãe, vou chorar de emoção. Afinal, é minha branquinha que se forma, o “último ovo que urubu botou”, como dizem na roça, em eterna troça com os caçulas, a “rapa do tacho”, o meu bebê que, de menina, transformou-se em uma linda jovem... Compartilho com meus leitores e leitoras, a nossa alegria. E na sua formatura, filha querida, eu lhe desejo o que desejo a todos os jovens: faça deste mundo o lugar melhor que lutamos por fazer, e não conseguimos. Espalhe o amor que lhe demos. E, seja muito, muito, feliz!ZOOM- Um abraço para meu amigo Genoves Bessa Pereira, que me prestigia, lendo estas mal-traçadas linhas toda semana. - Sei não, mas creio que há uma ou diversas queixadas de burro enterradas nos Balcãs. Eta lugar para dar encrenca! Pegue os livros de História e confira! - Caro Paulo Nascimento, obrigada pelo que me disse en passant outro dia, sobre continuar a escrever coisas bonitas para alegrar as pessoas. Merci. - Os preparativos para as comemorações do Centenário da Imigração Japonesa prosseguem a todo vapor. Participei de uma reunião na semana passada, com representantes da Usiminas, da Cenibra, o secretário de Cultura, José Osmir de Castro, o chefe do Departamento Cultural, Ewerton Campos, a secretária de Educação Marcia Perozzini, Marília Lacerda, pelo Clesi, as representantes da Tikufukai, coordenadores de escolas municipais; fiquei entusiasmada com o que se prepara para honrar nossos irmãos japoneses, tão caros para a comunidade ipatinguense. - Uma semana abençoada, com gosto de costela com ora-pro-nóbis, com angu e pimenta, mousse de limão como sobremesa, música de Bob Dylan e Djavan, contos de Lauro Trevisan, amor e paz, são os meus votos. Críticas, sugestões e eventuais elogios, pelo e-mail nenadecastro@yahoo.com.br Au Revoir.

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