domingo, 11 de outubro de 2009

PARA QUEM ESTÁ LONGE...

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Nena de Castro
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Nena de Castro
08/01/2008 - 00:00:00 Para quem está longe...
Manhã de quarta-feira, início de janeiro... Sobrevivemos aos ritos de passagem de ano, à ressaca e mal-estar pela comilança. Levanto-me um pouco torta, (para variar) e ligo o computador. Vejo uma mensagem sob o título PARABÉNS. Quando ela está sendo aberta, o telefone toca, reconheço a voz da amiga que amo, que mora no Cariru. Ocupadíssima, tirou um tempinho para dar notícias suas e dos seus. Alguns problemas que serão solucionados, sim, digo-lhe que tudo vai melhorar. Ainda embalada pela alegria de ter ouvido a voz amiga, leio o e-mail. A emoção aflora ao meu rosto. Veja o leitor a causa:“Nena, Parabéns por suas crônicas, estou na Itália. Leio o jornal todos os dias, mas terça-feira é um dia especial, porque acordo esperando por sua crônica. Eu a aguardo a cada semana como uma maravilhosa forma de estar mais próxima de minha cidade e de minha infância. Você me faz voltar no tempo e recordar coisas da minha infância quando escreve. Quando falou dos bem-te-vis, me fez recordar os sabiás que todos os dias apareciam em minha casa, aí em Ipatinga, pra comer jamelão. Você é abençoada por escrever coisas que nos transportam no tempo e nos fazem ter orgulho de ser brasileiros por termos pessoas como você. Este ano vou ao Brasil e espero encontrar seu livro MARIANA CATIBIRIBANA, penso que é um belo livro que espero ler. Obrigada por tudo que escreve, que em 2008 você continue a levar a esperança com suas crônicas, a todos nós que estamos fora do país.Um abraço carinhoso de uma leitora que te admira muito.LourdinhaAs lágrimas me escorreram pelo rosto ao ler esta mensagem. Vieram-me à mente uma parte dos versos de Gonçalves Dias, na conhecida CANÇÃO DO EXÍLIO, que demonstra a amorosa e obstinada saudade da terra natal; Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá; As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. ................................................... Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o sabiá.Pensei em todos os brasileiros que se encontram em outros países, por motivos diversos, mas principalmente pela questão financeira; nos que têm sucesso na empreitada, trabalhando penosamente para adquirir patrimônio, nos que não logram êxito, nos que morreram ou foram presos tentando, lembrei Jean Charles e sua família, lembrei minha irmã Mariinha, que foi para os Estados Unidos na década de 60 e, ao lado do marido, viveu todo o terror da ilegalidade, até conseguir seu green card e por lá morreu em 1991, deixando duas filhas... A gente nem pôde ir ao enterro, imagine conseguir um visto às pressas, sendo valadarenses! Sabe, Lourdinha, eu não quis ir para a América (do Norte), apesar de ter onde ficar; creio que da minha geração eu fui uma das poucas, quiçá a única valadarense que não foi... Talvez eu seja pouco corajosa. Talvez eu não suporte a idéia de ser praticamente escrava de um povo cujo governo nos trata e ao resto do mundo como zeros à esquerda, seres inferiores desprovidos de massa encefálica, justificando que eles, “os bons”, nos tutelem e se metam em tudo na nossa vida... Talvez seja um resto de orgulho de silvícola, (misturado à dor do africano), que depois de ter sido saqueado, queimado, roubado, espancado, sacaneado, me faz olhar com desconfiança para estrangeiros. Orgulho criado e mantido por entre as montanhas de Minas; vai ver é apenas bobice, coisa de jeca-tatu anêmica, que vai morrer envolta em trapos, mas teimosamente insistindo em sua dignidade e apego ao seu chão. Não condeno quem foi ou quem vai: a vida aqui é dura, faltam oportunidades, ainda há muito que fazer nesta nação jovem, cujos governantes adotam arroubos infantis para enfrentar problemas, ao invés de investir na saúde, e sobretudo na EDUCAÇÃO... Nossas dificuldades foram mote da ironia do poeta Murilo Mendes na paródia que fez do poema acima: Minha terra tem macieiras da Califórnia Onde cantam gaturamos de Veneza (...) Eu morro sufocado Em terra estrangeira nossas flores são mais bonitas nossas frutas mais gostosas mas custam cem mil réis a dúzia!Murilo Mendes já enxergava, que a pátria é linda, mas as coisas andavam e andam meio feias. Fazer o quê? A gente ama o chão onde nasceu! Então, Lourdinha, através de sua pessoa, saúdo a todo brasileiro, que está tentando fazer a vida no estrangeiro, em regime de trabalho quase forçado, enfrentando frio, indiferença e depois do 11 de setembro/01, ódio e preconceito sem iguais! Dou um viva! aos corajosos que estão longe das nossas tardes azuis e do verão eterno, dos nossos bate-papos e churrascos, futebol, solidariedade e alegria, que mantemos, apesar de tudo. Se mesmo violento, “o Rio de Janeiro continua lindo”, Ipatinga permanece bela, progressista e hospitaleira e o Parque Ipanema encerra os nossos afetos pelo verde, em doces e quentes tardes e noites de verão. Do Iguaçu, onde sua família mora, dá pra ir a pé, apreciando toda aquela beleza. E é nestas noites quentes, repletas também do calor humano do ipatinguense, que esta brasileira escreve suas crônicas, que andam servindo até de alento para quem está longe...E lhe garanto que, aqui, ainda “tem palmeiras onde canta o sabiá” e que eles ainda comem jamelão, goiaba e jabuticaba nos quintais e que os bem-te-vis ainda cantam e cantarão embalando sua chegada, quando voltar ao Brasil!Saudações brasileiras e ipatinguenses, com gosto de caldo de mandioca e tutu de feijão com lingüiça, cara Lourdinha Silva! Obrigada por ler minhas crônicas em terras italianas! E nada mais digo!ZOOM- O meu afilhado dileto, João Senna, volta ao batente depois de curtir as delícias de Barra Nova em São Mateus, ao lado da família.- Um abraço para Jadir, da banca de revistas perto do Banco do Brasil, para Marquinho, esposa e filha, da banca do Bom Retiro, perto do Sindicato, para a querida Laís Chevrand que vi rapidamente outro dia, e a todos os meus amigos que me enviam e-mails falando do meu trabalho. Guardo suas mensagens como tesouros preciosos. É um alento, neste tempo de dores, saber que meus escritos alegram alguém.- Gente, eu troquei as bolas: a frase “dever de poeta é cantar com seu povo e dar ao homem o que é do homem: sonho, amor, luz e noite, razão e desvario” é de Pablo NERUDA. - Ai, esse negócio de preso morrer em incêndio nesse país... - Tarde de poesia e comilança aqui em casa: Eu, Marília Lacerda, Emerson e Fabíola, lemos muita poesia, comemos tudo o que não devíamos e demos muitas risadas. Foi muito bom, apareçam sempre, amigos. - Um dia de alegria, beleza e fé; cantos de sabiás, feijoada no capricho, versos de Patativa do Assaré, sambas de Donga e Dudu Nobre e paaaaz, são os meus votos. Críticas, sugestões e eventuais elogios, pelo e-mail: nenadecastro@yahoo.com.br Au Revoir.
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