quarta-feira, 7 de outubro de 2009

GUERRA DO CONTESTADO? Meninas, eu sei, meninos, eu vi!

11/09/2007 -
De certa feita fui a uma Feira Cultural no São Chico, onde Larissa estudou. A turma da minha filha estava encarregada dos movimentos de insurreição da História do Brasil, tais como Baianada, Sabinada, Canudos e outros. Comecei a fazer perguntas ao aluno que explicava cada movimento, e tentei apreender seu ponto de vista sobre Antônio Conselheiro, que durante muito tempo foi apontado como um fanático pelos livros oficiais. Quando ele me falou sobre o Contestado, que foi um cafuçu lá na região disputada pelo Paraná e Santa Catarina, perguntei-lhe se sabia que houve episódio semelhante, entre Minas Gerais e o Espírito Santo. Espantado, respondeu que não, e eu lhe disse que essa parte da História de nosso estado e país ainda estava por resgatar, e falei um pouco sobre o assunto. Não esqueci o episódio, porque o jovem professor, na hora da avaliação dos trabalhos, reclamou para minha filha: - Pô, Bolinha, sua mãe quase me matou com umas questões difíceis!A branquinha quase morreu de rir e respondeu: - É pra você ver, ela faz o mesmo lá em casa e eu que fique esperta para saber das coisas e dar as respostas!Conto tudo isso para vocês, porque neste domingo eu já estava com a crônica pronta, quando vi no caderno Gerais do jornal Estado de Minas, o título: “Guerra do Contestado”. Seu menino, eu fiquei lá, de boca aberta, lendo, finalmente, uma reportagem sobre o tempo em que capixabas e mineiros se estranharam por causa de um pedaço de terra na divisa entre os dois estados; a famigerada região fica mais ou menos ali, nas adjacências de Mantena e Barra de São Francisco: a reportagem diz que as tropas ficaram de prontidão mas não se enfrentaram. No entanto, afirmo que sangue foi derramado sim, não em combate formal, mas na surdina, nas tocaias, nas perseguições... Como é que eu sei? Ora, eu morei lá, seu menino! Sim senhor, digo e não minto, é verdade tão verdadeira, como o sol que se alevanta e esses olhos que a terra há de comer (se eu não for cremada), viram muita coisa! Pois é , eu morei em Tipiti, com minha família, quando criança! E morei também em Boa União, lá perto de Itabirinha de Mantena, e posso dizer que foi o período mais tormentoso e mais fascinante de minha vida! Pois naquela terra de ninguém, sob dupla jurisdição, a gente pulava de mansinho pra não desagradar nem a gregos, nem a troianos, digo, nem a mineiros, nem a capixabas, pois tínhamos, no mesmo lugar, dois destacamentos policiais e dois grupos escolares, de facções diferentes! Nós os “mineiros”, usávamos uniforme azul, e os “capixabas” adotavam o vermelho! Mesmo sendo crianças, nós nos estranhávamos com a mesma insanidade dos adultos e jogávamos pedras uns nos outros, e nas escolas, uns defendendo o azul e outros o vermelho, sem atinar que éramos todos irmãos brasileiros! Era bem mais sério que briga de corta-goela e pica-pau, ou seja, entre PSD e UDN, que no interior, antigamente, também era sangrenta. Numa mesma vila, quem era amigo de capixaba, que não se misturasse com mineiros! Era desconfiança total, dava candonga, prisão e até morte! E a disputa no campo político-religioso-ideológico beirava o ridículo: disputava-se a melhor procissão, o melhor time de pernas-de-pau, o melhor desfile de 7 de setembro, o melhor quartel e melhores armamentos, e todos, sob o regime do ódio, se esqueciam de levantar as cabeças e ver que o sol era verde-amarelo! Ah, vou contar ainda muitas histórias sobre o Contestado. E não são produto da minha imaginação! Como diz o velho tupi em I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias, “meninos, eu vi”! ZOOMO encontro com Leila Ferreira, no Sempre um Papo, segunda última no Teatro Usicultura, foi permeado pela informalidade e bom–humor: uma mulher, falando sobre os problemas enfrentados pelas mulheres, para um bando de herdeiras de Eva e alguns machos corajosos que compareceram. A poeta Chames Rolim fez sucesso com a história da batata. E todos os outros depoimentos foram engraçados e comoventes. - O trio poderoso - Marta Lara Santos, Marluce de Paula e Lucimar Teixeira - pontificava na platéia que foi ouvir Leila Ferreira. Foi um prazer revê-las, meninas! - Eta trem bão: de tanto espanto e chiadeira, resolveram adiar a tal reforma ortográfica! Lady Zeferina se orgulha de ter colaborado através da crônica passada. E vai continuar a comer lingüiça com trema, é claro! - Avistei Mariana Faria outro dia, fazendo compras no Shopping, na companhia do pai, o juiz Carlos Roberto, pessoa muita estimada por estas paragens. - Marília Lacerda está se desdobrando, sem domingos e feriados, para o lançamento do projeto do CLESI, intitulado Girolê. Em outubro serão lançados nada mais, nada menos, que 5 livros infantis. Entre eles, o primeiro livro de literatura infantil da autora desta coluna, intitulado MARIANA CATIBIRIBANA. Aguardem! - Meu amigo Oswaldo Machado de Oliveira Junior, o Dinho, veio do Canadá para rever a família e os amigos. Trouxe consigo a princesinha Letícia, com seus cachinhos dourados e todo o encanto do mundo. Mamãe Chris ficou tomando conta do restaurante. Beijos, amigo.- Um dia de cantos com os amigos do peito, um tropeiro com couve e aquele tempero de alho, o som de Luiz Gonzaga, os versos de Catulo da Paixão Cearense e paaaaaaaaaz, são os meus votos. - Sugestões, críticas e eventuais elogios pelo e-mail nenadecastro@yahoo.com.br. Au Revoir.

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