sábado, 10 de outubro de 2009

PONDERAÇÕES E NOTAS SOLTAS

04/12/2007 -
Nas sociedades orientais, grande é o respeito pelos anciãos. Na China e Japão, Vietnã, Coréia, os idosos são homenageados nas ruas pelos jovens que os cumprimentam em respeitosas reverências. Na Índia, as novas famílias que se formam vivem junto aos pais, em harmonia e aprendizado. Na África, cabe aos mais idosos o saber sobre os antepassados e seus feitos, que são repassados aos mais jovens, que os ouvem em profundo silêncio e atitude respeitosa. No nosso país, infelizmente, quem passa de 40 anos é atirado para o lado como se para nada mais prestasse! A civilização ocidental vive de aparência, o culto ao corpo mais belo, ao sucesso fugaz e instantâneo, o dernier cri da moda, a felicidade do aqui e agora que não dá lugar para os que já viveram exprimir seu grande conhecimento...O cidadão trabalha 30, 35 anos e se aposenta, achando que vai enfim usufruir de benesses e descanso a que fez jus. Ledo engano. Esse é o país do desrespeito. Desrespeita-se a infância, a adolescência, e não é diferente com o idoso. Aqui, o desrespeito vem de longe, e é quase um pecado que o cidadão se aposente e queira usufruir a vida, ou pelo menos, viver com dignidade. Aposentado aqui é palavrão, é como se o cidadão, ao invés de estar gozando seus direitos, depois de toda uma vida trabalhando, estivesse subtraindo alguma coisa de forma ilegal, de alguém. Aí vem o desrespeito, como aquele ministro asqueroso, que colocou cidadãos de 70 e 80 anos nas filas para recadastramento. E certa vez, na década de 90, ao fazerem uma manifestação por seus direitos, em Santa Catarina, os idosos foram espalhados a cassetete! É sério, muito sério! Aqui em Ipatinga, a direção da Autotrans precisa agir contra os abusos que alguns motoristas (não todos, é claro!) da empresa estão praticando contra os “cabeças de prata”. Há motoristas que olham de cara feia para os passageiros, arrancam a carteira de suas mãos e devolvem com descaso, param bem adiante do ponto, para que os velhinhos tenham que correr para embarcar e, num bairro rural, recebi a denúncia de que o ônibus é colocado em movimento antes de os usuários terminarem de acessar o veículo. O que é isso, meu Deus? Outro dia, estava na fisioterapia, quando uma senhora pediu que terminassem seus exercícios, senão ela perderia o ônibus para o Bela Vista. Segundo ela, seria péssimo ficar para o próximo horário, pois o motorista pára o dia que quer e, por duas vezes estando só no ponto, foi deixada para trás!Ai meu Deus, socorro, que falta de educação, que falta de respeito, que falta de... tudo! Não se pode permitir tal comportamento, é preciso investir em cursos para atendimento ao público, e em respeito dobrado pela 3ª idade! É preciso instruir os motoristas também no sentido de que o cidadão pode ser assaltado, ficar sem a identidade por uns tempos, e daí, se tem um BO, com outro documento pode e deve ser atendido, como CIDADÃO BRASILEIRO que é, no gozo de seus direitos. Com a palavra, o Curador dos Idosos do Município! Com a palavra, os diretores da Autotrans, que têm excelentes profissionais do volante e devem enquadrar os que estão denegrindo a imagem da empresa! Os aposentados e idosos merecem respeito! E nada mais digo!

O Dia V, que aconteceu no Parque Ipanema no último domingo, foi como sempre, uma festa para o povo. De alunos e profissionais de escolas superiores a associações, todo mundo estava lá, movido pelo espírito de solidariedade que é comum ao brasileiro. A Banda Brasil Excepcional, da APAE, espalhou alegria, muitas escolas apresentaram números variados, o Circo da Alegria, da Casa da Esperança, mostrou parte de seu espetáculo, e o conjunto Música Clássica tocou peças de Bach, Vivaldi, Mozart... Houve apresentações teatrais e muita coisa mais, na área da saúde e aprendizagem. Parabéns à Fiemg. O nosso povo merece!Santo de Casa faz Milagres - Com uma sugestiva camisa com esses dizeres, a Escola Técnica Vale do Aço abriu espaço para uma discussão sobre A Literatura Universal e Regional dentro dos Cursos Técnicos, promovendo uma discussão entre seus alunos e convidados. É preciso ler ou não? Qual a influência da leitura no exercício da profissão? E ler o quê? No encontro que durou dois dias, ou melhor, duas noites, foram apresentados poemas de Bandeira e Drummond, pelos alunos. Marília Lacerda esteve lá, dando seu recado sobre o Clesi.No segundo dia, foi realizada uma mesa-redonda, com o escritor Nivaldo Rezende e esta colunista como debatedores, e o professor Christiano Augusto Lopes, que lançou seu livro - TUDO OUTRA VEZ: HISTÓRIAS DE AGRICOLINOS - no qual narra o dia-a-dia dos jovens que saem de casa e vão estudar nas Escolas Agrícolas do Estado. Se foi bom? Foi ótimo! Parabéns à ETVA, às professoras Keyla Rocha (idealizadora do Encontro), Rosane Alves e Eugênia Braga, pela brilhante iniciativa.E, para terminar a coluna, versos do grande poeta português, que cantou a vida e a morte, os Descobrimentos e era muitos em um e um em muitos, e tinha como mote de sua existência, a Poesia.
ISTO
Fernando Pessoa
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo.
Não.Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda
Essa coisa é que é linda
Por isto escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

NOTAS
Um beijinho para Carolina Ferreira, aluna da 3ª série do Instituto Pilar que, timidamente, me ofereceu a Mariana Catibiribana de papelão, que fez, por ocasião da II Mostra Literária. Que gracinha! A querida escritora Chames Rolim ofereceu um jantar aos escritores da cidade na quinta-feira passada. Tudo comme il fault, Dona Chames é a perfeita anfitriã. Um grande abraço para José Hênio, rapaz de valor que foi nosso companheiro na Defensoria e agora faz parte do staff de Washington Feitosa, da TV Cultura. A professora Eugênia Braga, da ETVA, prepara com carinho sua tese de Mestrado, na qual pretende demonstrar a religiosidade de Drummond. Boa sorte, mestra. Recebemos recadinho do poeta Azambuja, “um cabra da peste mineiro”; ao ler a minha crônica da semana passada, sobre o sucesso do Projeto Giro-lê, do Clesi, enviou o recado, endereçado a mim e a Marília Lacerda: “oxente, eu só posso dizer parabéns. Ocês me deixam besta de feliz” Obrigada, amigo. Prezadíssimo João Nery: bem que as comemorações pelos 100 anos da imigração japonesa merecem uma reedição do seu livro “Orquídeas para Hanako”. Que tal? Quanto ao mais “tá tudo azul, na América do Sul” se bem que eu ache que tá tudo ruço! Um dia cheio de pipas, poemas, notas musicais, cortesia, respeito, dignidade, doce de coco, mousse de manga, galinha caipira no caldo, (hum...) amor e paaaaaaz, hoje e sempre, são os meus votos. Críticas, sugestões e eventuais elogios, pelo e-mail: nenadecastro@yahoo.com.br Au Revoir.

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